Natalidade: PSD apela ao PS para que" não se deixe contagiar negativamente pela disputa interna"

Vice-presidente do PSD adverte que o PS foi ouvido no âmbito dos trabalhos da comissão. Já António José Seguro afirma que não é com ”paliativos e relatórios de última hora” em final de legislatura que se resolve o problema da natalidade.

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Marco António Costa Nuno Ferreira Santos

Numa conferência de imprensa, em Lisboa na sede do PSD, o porta-voz social-democrata lamentou as “críticas injustas” de António José Seguro ao relatório sobre natalidade [da responsabilidade de uma comissão independente, liderada pelo professor Joaquim Azevedo]. “Não podemos deixar de sinalizar com especial preocupação a tomada de posição do secretário-geral do PS que, antes de conhecer em concreto o relatório [sobre a natalidade], não se coibiu de criticar e ainda atacar injustamente o Governo em funções esta iniciativa inédita do PSD”, declarou Marco António Costa.

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Numa conferência de imprensa, em Lisboa na sede do PSD, o porta-voz social-democrata lamentou as “críticas injustas” de António José Seguro ao relatório sobre natalidade [da responsabilidade de uma comissão independente, liderada pelo professor Joaquim Azevedo]. “Não podemos deixar de sinalizar com especial preocupação a tomada de posição do secretário-geral do PS que, antes de conhecer em concreto o relatório [sobre a natalidade], não se coibiu de criticar e ainda atacar injustamente o Governo em funções esta iniciativa inédita do PSD”, declarou Marco António Costa.

Salvaguardando que, quer o PS, quer a CGTP foram ouvidos no âmbito do trabalho da comissão, Marco António Costa agradeceu, em nome do PSD, os contributos dados para a  elaboração do relatório e destaca a “atitude cooperativa do PS para com a comissão a propósito do tema da natalidade, o que contrasta com a posição assumida pelo seu secretário-geral”. E deixa um desafio: “Apelamos ao PS que, por causa da disputa interna da sua liderança, não contagie negativamente a discussão em volta da natalidade, tema que deve ser poupado a polémicas estéreis”, afirmou o porta-voz social-democrata.

Afirmando que o relatório será alvo de discussão pública com os partidos políticos e parceiros sociais, aos quais o PSD solicitará audiências, o vice-presidente social-democrata esclareceu que “ao PSD interessa construir uma estratégia nacional que agregue o maior consenso político em torno desta questão estrutural, quer em Portugal, quer no plano da União Europeia”.

A resposta a Marco António surgiu pouco depois pela voz do secretário-geral dos socialistas no final de uma visita ao Mosteiro de S. Miguel de Refojos e de uma recepção na Câmara de Cabeceiras de Basto, no distrito de Braga,onde declarou que “não é com paliativos e relatórios de última hora” em final de legislatura que se resolve este problema da natalidade.

. “[A quebra de natalidade] É uma debilidade estrutural, é um problema que precisamos de enfrentar, mas a primeira condição para o enfrentar não é com paliativos e não é com relatórios de última hora quando se está no final de uma legislatura, é criando emprego, é ajudando as empresas a preservar trabalho e criando novas oportunidades de emprego", disse Seguro.

Para Seguro, não se pode dizer aos jovens portugueses que emigrem e, ao mesmo tempo, que tenham filhos. "É necessário, em primeiro lugar, criarmos um consenso na sociedade portuguesa – que, aliás, existe - no sentido de se criar emprego e condições para que as famílias tenham rendimento. Quando nós propomos o aumento mínimo nacional, quem é que fica fora desse consenso? O Governo", atirou o líder do PS.


Perante a insistência dos jornalistas sobre o apelo ao consenso feito pelo PSD sobre a natalidade, Seguro afirmou: "Não me vou pronunciar absolutamente sobre mais nada relativamente a isso”. “Como sabem, o Governo se quiser tomar alguma iniciativa, ou os partidos políticos que suportam o Governo, apresentam iniciativas na Assembleia da República", acrescentou.


Sobre a intenção do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, que o relatório do PSD sobre a natalidade siga agora para discussão pública, o líder socialista considerou ser "normal que os partidos façam a discussão pública das suas iniciativas". "Nós no dia 17 de Maio apresentamos o nosso contrato de confiança, que também está em discussão pública. Eu gostaria, aliás, que tudo se concentrasse muito mais nessa discussão pública do contrato de confiança mas como sabem, infelizmente, não é isso que se está a passar no PS", insurgiu-se.

O relatório "Por um Portugal amigo das crianças, das famílias e da natalidade (2015-2035)" foi apresentado no Porto esta terça-feira pelo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, e as propostas nele apresentadas são para executar num prazo de vinte  anos.Trabalho em part-time até um ano e sem perder salário, redução do IMI e das tarifas de água, saneamento e resíduos, criação de um passe familiar nos  transportes públicos são algumas das propostas anunciadas. Apesar do entusiasmo que manifestou pelas propostas, Passos não se comprometeu com prazos para por em prática as medidas que constam do relatório que revela que nos últimos quatro anos nasceram em Portugal menos 25% de bebés.