Putin desmente reabertura de centro de espionagem em Cuba

Base foi fechada porque a Rússia se afirmava como um parceiro dos EUA e da Europa, mas a Ucrânia mudou radicalmente esse cenário.

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Putin está isolado, mas nega o regresso à espionagem a partir de Cuba Reuters

"Isso não é verdade", disse Putin numa conferência de imprensa. "Fechámos esse centro numa decisão conjunta com os nossos amigos cubanos. Não temos a intenção de retomar a actividade", disse.

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"Isso não é verdade", disse Putin numa conferência de imprensa. "Fechámos esse centro numa decisão conjunta com os nossos amigos cubanos. Não temos a intenção de retomar a actividade", disse.

A notícia sobre o reactivamento da base foi dada na quarta-feira à noite pelo jornal russo Kommersant, que citava "várias" fontes governamentais para explicar que este foi um dos vários acordos – ainda que "de princípio" – que Putin fez em Cuba, a primeira paragem da viagem à América Latina que antecedeu a sua participação na cimeira dos BRICS, que decorreu no Brasil e terminou na quarta-feira.

Esta visita à América Latina foi lida como uma tentativa de Putin para quebrar o isolamento da Rússia perante os EUA e a Europa devido à crise na Ucrânia. O Presidente russo voltava-se para antigos aliados de Moscovo e a reabertura da velha base de espionagem, escreveram os analistas, fazia sentido neste novo contexto.

A base, situada em Lourdes, perto de Havana, fica a 250 quilómetros do território dos Estados Unidos. A sua construção terminou em 1964, dois anos depois da crise dos mísseis, e para Moscovo era uma instalação estratégica da Guerra Fria, considerada um dos postos mais importantes fora da URSS. Permitia aos soviéticos escutar os sinais de rádios dos submarinos e dos navios e também as comunicações de satélite dos americanos.

A actividade baixou de intensidade depois do fim da URSS e, em 2001, a base foi encerrada, por razões económicas (durante décadas, Moscovo não pagou a utilização do espaço aos cubanos, passando depois a Havana a cobrar uma renda), mas sobretudo por razões políticas. Após os atentados do 11 de Setembro de 2001 Moscovo apoiou a guerra contra o terrorismo e o Kremlin aplicava uma estratégia de aproximação ao Ocidente e de entendimento com os EUA. Foi um período de boas relações e reposicionamento da Rússia na geoestratégia global que levou mesmo à discussão da possibilidade de se iniciarem negociações para a entrada deste país na NATO.