Microsoft despede 18 mil pessoas, o maior corte da sua história
Empresa vai dispensar metade dos trabalhadores absorvidos na compra da Nokia.
Os despedimentos já eram esperados, embora o número seja superior ao que estava a ser avançado na imprensa nas últimas semanas. É o maior corte nos 39 anos de história da empresa, que atravessa uma fase de transformação. Satya Nadella, o presidente executivo nomeado no início do ano, tem a missão de fazer a multinacional acompanhar um mercado em que os computadores pessoais perderam peso em favor de tablets, telemóveis e serviços online. Em 2009, em período de crise internacional, a Microsoft já tinha dispensado cerca de 5800 trabalhadores.
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Os despedimentos já eram esperados, embora o número seja superior ao que estava a ser avançado na imprensa nas últimas semanas. É o maior corte nos 39 anos de história da empresa, que atravessa uma fase de transformação. Satya Nadella, o presidente executivo nomeado no início do ano, tem a missão de fazer a multinacional acompanhar um mercado em que os computadores pessoais perderam peso em favor de tablets, telemóveis e serviços online. Em 2009, em período de crise internacional, a Microsoft já tinha dispensado cerca de 5800 trabalhadores.
Dos despedimentos anunciados, 13 mil começarão a ser feitos já, num processo que deverá estar concluído nos próximos seis meses. "A redução da nossa força de trabalho é sobretudo impulsionada por dois desfechos: simplificação de trabalho, bem como sinergias e alinhamento estratégico de integração da divisão de serviços e dispositivos da Nokia", explicou Nadella, num email aos funcionários.
Entre as pessoas que serão despedidas, 12.500 têm trabalhos relacionados com a produção de telemóveis Nokia, um negócio que a Microsoft comprou em Abril deste ano. O número representa metade dos 25 mil trabalhadores da Nokia que a Microsoft absorveu.
Os restantes despedimentos vão espalhar-se pelas operações a nível mundial. Não é claro se os cortes chegarão à subsidiária portuguesa, que recentemente tem estado a contratar. “No que diz respeito a Portugal, o que podemos confirmar por agora é que o nosso quadro de colaboradores da subsidiária se vai expandir em três novas posições”, adiantou a responsável de relações públicas da Microsoft Portugal, Patrícia Fernandes. “Ontem mesmo [quarta-feira] anunciámos a contratação de 15 recém-licenciados para o nosso centro internacional de suporte remoto sedeado em Lisboa, cerca de seis meses depois de termos anunciado a primeira expansão deste centro, com a contratação de 25 novos técnicos”, acrescentou.
A Microsoft anunciou também que vai deixar de produzir os telemóveis Nokia X, modelos de baixo custo, equipados com uma versão própria da plataforma Android (concorrente directa do sistema Windows Phone) e que se destinavam sobretudo a mercados emergentes.
“Vamos estar particularmente focados em fazer mercado para o Windows Phone. No curto prazo, planeamos aumentar o volume de Windows Phone apontando, com o Lumia, para os segmentos de smartphones mais acessíveis, que são os segmentos de mercado que estão a crescer mais rapidamente”, explicou o responsável pela divisão de telemóveis, Stephen Elop, num email aos funcionários. A estratégia passa por desviar alguns dos desenvolvimentos da linha Nokia X para os Lumia e continuará a dar suporte aos modelos X que estão no mercado.
Os Nokia X surpreenderam em Fevereiro, quando foram apresentados pelo próprio Stephen Elop, que liderou a Nokia desde 2010 até poucos meses antes da aquisição. O anúncio dos modelos com uma plataforma que concorre directamente com o Windows Phone foi feito poucos dias depois de Nadella ser anunciado como CEO e quando o negócio dos telemóveis ainda estava nas mãos da empresa finlandesa.