"Falcões" do Governo israelita criticam estratégia para Gaza
Vice-ministro da Defesa foi demitido. Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Economia também estão contra Netanyahu.
Na terça-feira, depois de Netanyahu ter manifestado disponibilidade para aceitar uma proposta de cessar-fogo apresentada pelo Egipto – que se revelou inconsequente –, Danon disse que o Hamas tinha humilhado Israel ao estabelecer condições para a paz e considerou a operação militar um “fracasso”.
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Na terça-feira, depois de Netanyahu ter manifestado disponibilidade para aceitar uma proposta de cessar-fogo apresentada pelo Egipto – que se revelou inconsequente –, Danon disse que o Hamas tinha humilhado Israel ao estabelecer condições para a paz e considerou a operação militar um “fracasso”.
Netanyahu, que considerou a declaração do vice-ministro “inaceitável”, disse que ela serviria ao Hamas para atacar o Governo e afastou Danon, na terça-feira à noite. O movimento palestiniano – que se demarcou da proposta de cessar-fogo por não ter sido previamente consultado – considerou a demissão como uma “vitória da resistência”.
Outro dos "falcões" do Governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Avigdor Lieberman – que na semana passada anunciou o fim do acordo do seu partido, Ysrael Beiteinu (Israel Nossa Casa), com o Likud, mas que se mantém no executivo –, acusa o primeiro-ministro de hesitação e defende que a “operação termine com o Exército a controlar toda a Faixa de Gaza”, de onde se retirou unilateralmente em 2005.
Mas, segundo a imprensa israelita, Lieberman e Danon não são os únicos críticos de Netanyahu. Naftali Bennett, ministro da Economia e líder do partido ultranacionalista Casa Judaica, que já considerara fraca e lamentável” a proposta de bombardear instalações do Hamas, também se opôs à ideia de cessar-fogo.
Nethanyau respondeu às críticas dizendo que as decisões devem ser “tomadas a frio e com paciência e não com precipitação e barulho”.