Avarias repetidas do Elevador da Lada alvo de críticas por parte dos utentes

A situação já provocou incidentes. Há duas semanas os bombeiros foram chamados ao local para ajudar algumas pessoas que ficaram retidas.

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As avarias constantes do elevador deixam como alternativa um caminho íngreme de escadas ADRIANO MIRANDA

Na zona da Ribeira do Porto, o português parece a língua minoritária e os turistas, em grande número, munem-se dos seus mapas e guias. Um dos pontos de visita obrigatórios é o elevador da Lada, que permite o acesso a uma vista privilegiada sobre o rio Douro e sobre a ponte mais emblemática da cidade: a Luís I.

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Na zona da Ribeira do Porto, o português parece a língua minoritária e os turistas, em grande número, munem-se dos seus mapas e guias. Um dos pontos de visita obrigatórios é o elevador da Lada, que permite o acesso a uma vista privilegiada sobre o rio Douro e sobre a ponte mais emblemática da cidade: a Luís I.

Nos últimos tempos, contudo, os utentes têm-se deparado muitas vezes com um aviso de suspensão do serviço devido a avaria. As interrupções de funcionamento têm-se repetido e os utilizadores mostram-se insatisfeitos e preocupados com as consequências.

Em termos turísticos, o elevador ribeirinho assume uma importante ligação entre a Ribeira e a escadaria de acesso à Sé, dois pontos turísticos de referência da cidade. O equipamento é aliás objecto de divulgação no portal oficial do Turismo do Porto. “É mau para o turismo porque o turista chega aqui, quer subir e encontra um obstáculo. É muito chato, em pleno Verão, isto estar constantemente avariado”, explica Manuel Póvoa, junto ao café onde ajuda o filho, mesmo ao lado da entrada do elevador, junto à Ribeira..

A  alternativa, comenta, é subir um grande número de degraus, o que não é fácil para alguns utentes. “Se forem jovens serve como alternativa, mas nem todos as podem subir. Há pessoas de muita idade e muitos deles não conseguem.”

Manuel Póvoa refere que há cerca de duas semanas algumas pessoas ficaram retidas no elevador e foi necessária a intervenção de moradores vizinhos e a comparência dos bombeiros. “Ficaram pessoas presas e acabaram por ficar enervadas. Houve pessoal aqui da zona que abriu as portas e lá conseguiram sair os miúdos, o resto eram as mães. Estava lá o senhor do elevador e lá o conseguimos tirar também”.  Apesar de as avarias com pessoas no interior do elevador não serem raras, esta terá sido a primeira em que foi necessária a intervenção dos bombeiros.

Além da índole turística, o elevador serve de acesso a algumas hortas biológicas e ao Centro Social do Barredo, que se encontram na parte de cima da encosta. Orquídeo Silva possui, juntamente com a mulher, uma horta próximo da saída do elevador e as avarias não o ajuda a ir lá tantas vezes quanto gostaria. “Vou menos vezes à horta e quando vou subo pelas escadas, que ainda são para aí 80 degraus”.

Também o funcionamento do Centro Social do Barredo é afectado. “As crianças têm que subir os degraus, felizmente não houve nenhum acidente, mas é um constrangimento quando se realizam actividades”, afirma Rita Matos, directora de serviços da instituição.

As educadoras de infância, responsáveis por cerca de 50 crianças, vêem o seu trabalho redobrado e as dificuldades de acesso já levaram a instituição a cancelar alguns eventos e a repensar outros. “A avaria impede que consigamos levar algum material e obriga a ter mais prevenção e pensar duas vezes antes de realizar algumas actividades”. Nalguns casos, o centro viu-se mesmo obrigado a recorrer a outros espaços “com mais condições”, até porque o acesso pelo Túnel da Ribeira, actualmente em obras, também está condicionado.

O ascensor funciona habitualmente de segunda a sexta-feira, entre as 8h e as 19h30, e está em funcionamento desde 2010, altura em que foi reactivado depois de dois anos parado devido a uma avaria.

O elevador da Lada é gratuito e tem funcionários destacados para acompanhar o seu funcionamento. As interrupções têm prejudicado os utentes que lançam críticas à gestão do espaço: “A [empresa municipal] Domus Social é que é a responsável por isto tudo. Se andasse a par dos acontecimentos, porque duvido muito que o responsável maior tenha conhecimento, isto não estava assim. É muito triste o que está a acontecer em plena zona histórica do Porto”, considera Manuel Póvoa.

Na semana passada, o PÚBLICO  pediu esclarecimentos sobre a situação à Câmara Municipal do Porto, não tendo ainda recebido resposta.