Mais de 120 palestinianos mortos em Gaza desde início da ofensiva

Última noite foi a mais sangrenta no território, com 16 mortos. Israel garante pressão internacional não o demoverá de travar rockets disparados de Gaza.

Foto
Funeral de um militante da Jihad Islâmica morto num bombardeamento aéreo Mohammed Salem/Reuters

Numa altura em que já ninguém descarta a hipótese de uma incursão terrestre – o Exército israelita diz-se preparado e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, assegurou sexta-feira que a ofensiva não será travada por causa da pressão internacional –, o Hamas e outros grupos palestinianos intensificam também o lançamento de rockets contra Israel, tendo feito já mais de 500 disparos desde o início da semana.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Numa altura em que já ninguém descarta a hipótese de uma incursão terrestre – o Exército israelita diz-se preparado e o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, assegurou sexta-feira que a ofensiva não será travada por causa da pressão internacional –, o Hamas e outros grupos palestinianos intensificam também o lançamento de rockets contra Israel, tendo feito já mais de 500 disparos desde o início da semana.

As sirenes soam constantemente nas cidades mais a sul de Israel, onde na sexta-feira dez pessoas ficaram feridas, uma das quais com gravidade, na explosão de rockets não interceptados pelo sistema de defesa antiaérea. Uma idosa morreu de ataque cardíaco quando tentava chegar a um abrigo antiaéreo em Haifa, a maior cidade do Norte de Israel, atingida pela primeira vez por disparos efectuados a partir de Gaza, a 140 quilómetros de distância.

No interior da Faixa de Gaza, a situação é mais sombria. O Exército israelita anunciou ter bombardeado 60 alvos durante a noite, incluindo as casas de dois dirigentes do Hamas e da Jihad Islâmica. Um porta-voz militar reivindicou a morte de 10 combatentes, seis dos quais estariam “activamente envolvidos” no lançamento de rockets.

Fontes palestinianas asseguram, no entanto, que vários edifícios civis foram bombardeados, incluindo uma associação humanitária para pessoas com deficiência em Beit Lahiya, no Norte da Faixa de Gaza. Pelo menos dois adolescentes que ali estavam internados morreram. Foram também atacadas mesquitas e instituições ligadas ao Hamas, movimento que controla Gaza e detém uma rede de associações de assistência no território, bem como casas de dirigentes do grupo.

Ao início da manhã, fontes médicas diziam ter registo de 16 mortos, de norte a sul do território, o que eleva para 121 o balanço de vítimas desde o início da ofensiva. No dia anterior, o gabinete para as situações de emergência das Nações Unidas dizia que 77% dos palestinianos mortos até então eram civis. Os serviços de saúde palestinianos dão também conta de mais de 600 feridos assistidos nos hospitais, a maioria não combatentes.

Perante o agravar da situação no território, cresce o número de estrangeiros que querem abandonar Gaza. As autoridades israelitas dizem ter já recebido 800 pedidos, a que já deu resposta, esperando-se que os estrangeiros comecem a sair domingo do território através do posto fronteiriço de Erez.