Utentes preocupados com eventual ruptura de serviços no Hospital do Litoral Alentejano

Foto
As conclusões do processo de averiguações apontam para a ocorrência de um erro humano

“Estamos muito preocupados com a falta de médicos e de enfermeiros no Hospital do Litoral Alentejano (HLA) porque quem sofre com essa situação são os utentes”, disse hoje à agência Lusa Dinis Silva, da comissão.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“Estamos muito preocupados com a falta de médicos e de enfermeiros no Hospital do Litoral Alentejano (HLA) porque quem sofre com essa situação são os utentes”, disse hoje à agência Lusa Dinis Silva, da comissão.

Esta entidade representativa dos utentes dos serviços públicos de Santiago do Cacém divulgou hoje, em comunicado, que os médicos e enfermeiros do HLA terão informado as respectivas ordens profissionais sobre a falta de recursos humanos existente naquela unidade hospitalar, situada naquele concelho.

“Recebemos, através de denúncia anónima, o texto que os médicos e os enfermeiros fizeram chegar à Ordem dos Médicos e à Ordem dos Enfermeiros”, cujo teor “é naturalmente preocupante”, disse Dinis Silva.

No texto, divulgado pela comissão, “os médicos directores de serviço e enfermeiros chefes/responsáveis” do HLA dão conta da sua “profunda preocupação” para com “a realidade que se vive nesta instituição devido à crescente diminuição de recursos humanos”.

Esta alegada diminuição de profissionais é sentida, “principalmente, nas áreas de enfermagem, assistentes operacionais e técnicos de diagnóstico e terapêutica”, a que se soma “a crónica carência de médicos”, pode ler-se.

Os subscritores do documento referem que, no passado dia 24 de Junho, manifestaram “esta preocupação junto do conselho de administração” hospitalar, o qual, “até ao momento, não resolveu nenhuma das situações referidas”.

Os profissionais dizem existir na unidade uma “discrepância acentuada entre as dotações de recursos humanos existentes e aquelas que são preconizadas pela Ordem dos Enfermeiros e Ordem dos Médicos, bem como pelo próprio Ministério da Saúde”.

A alegada “redução do número de elementos por turno nas equipas dos vários serviços”, situações de “exaustão” dos profissionais devido “ao excesso de horas extraordinárias, perda de folgas e descansos” e a existência de “equipas jovens com tempos desadequados de integração” são os problemas invocados.

No documento, os subscritores alertam para “a situação de ruptura eminente nas escalas de urgência durante o período de verão”.

O que, a verificar-se, continuam, irá ter “consequências previsíveis de extrema gravidade, atendendo ao acréscimo substancial da população do Litoral Alentejano devido à actividade turística da região”.

A Lusa contactou o Hospital do Litoral Alentejano para obter um comentário, mas, até ao momento, não obteve resposta.