Palestinianos respondem com rockets a bombardeamentos nocturnos israelitas
Disparos foram feitos pouco depois de a aviação israelita ter feito 160 raides nocturnos contra alvos do Hamas em Gaza.
O ataque foi lançado pouco depois de a aviação israelita ter feito 160 raides contra alvos dos islamistas palestinianos do movimento Hamas na Faixa de Gaza.
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O ataque foi lançado pouco depois de a aviação israelita ter feito 160 raides contra alvos dos islamistas palestinianos do movimento Hamas na Faixa de Gaza.
Na terça-feira, Telavive e Jerusalém tinham já sido visadas por rockets disparados de Gaza, numa reacção do Hamas à operação militar desencadeada nos últimos dias, que já provocou a morte de 29 palestinianos desde terça-feira, segundo a AFP. Entre os mortos estão duas mulheres e cinco crianças , segundo os serviços de emergência de Gaza.
Os rockets disparados nesta quarta-feira pelo Hamas contra Israel fizeram activar as sirenes de alerta em Telavive e no Centro de Israel e foram interceptados em pleno voo por uma bateria do sistema de intercepção de mísseis Iron Dome, acrescentou a rádio militar.
Um porta-voz militar disse, por outro lado, que foram disparados quatro rockets contra o Sul de Israel, sem causarem vítimas, nem danos materiais.
Os raides nocturnos israelitas da noite de terça para quarta-feira elevam para 430 o número de acções aéreas israelitas desde o início da corrente operação militar, disse o general Moti Almoz à estação, que anunciou a continuação dos ataques: “A operação que lançámos vai prolongar-se nos próximos dias”, disse.
Os alvos israelitas dos mais recentes ataques incluíram 120 rampas de lançamento de mísseis, dez postos de comando do Hamas, as casas de “chefes militares” do movimento, “escritórios do ministério do Interior” e “numerosos túneis”, declarou. Numa das acções, já na manhã desta quarta-feira, um palestiniano foi morto e outro ferido com gravidade por um drone israelita em Beit Lahiya, perto da fronteira com Israel.
Na terça-feira, o Exército de Israel começou a chamar 40 mil reservistas e comentadores militares invocaram a possibilidade de uma operação terrestre no território palestiniano. O primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, pediu aos militares, segundo fontes citadas na imprensa israelita, uma “campanha continuada, metódica, vigorosa” contra o movimento islamista.
A última operação terrestre em Gaza ocorreu em 2008-2009, com mais de mil mortos palestinianos e 13 israelitas. Em 2012, Israel tinha também ameaçado uma invasão terreste da Faixa de Gaza, que acabou interrompida para dar lugar a negociações de paz.
A recente escalada acontece depois do assassínio de três adolescentes israelitas na Cisjordânia, que foram raptados e assassinados. Seguiu-se uma acção do exército que levou à detenção de centenas de membros do Hamas. No dia do funeral dos israelitas, na semana passada, um palestiniano foi assassinado, aparentemente queimado vivo, o que agravou a tensão. Israel deteve seis suspeitos de terem sido autores do crime. Vários são menores, e três confessaram já o crime.
O Presidente norte-americano, Barack Obama, apelou entretanto a ambas as partes para agirem com contenção e sem espírito de vingança. “Neste tempo de perigo, todos os envolvidos devem proteger os inocentes e actuar de modo sensível e ponderado, não por vingança nem retaliação”, escreveu num texto publicado no semanário alemão Die Zeit. “Ambos os lados deve estar preparados para aceitar os riscos”, considera.
Também esta quarta-feira, o Governo da Jordânia apelou ao fim da "bárbara agressão" israelita e alertou contra as consequências que pode causar. A Jordânia tem um tratado de paz com Israel.