Confrontos após derrota do Brasil levam a reforço da segurança
Governo brasileiro teme que grupos radicais se aproveitem da eliminação da selecção.
O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou ao Estado de São Paulo que a ordem do Governo federal prevê o recurso às forças de segurança pública para reforçar locais de manifestação, com a intenção de evitar actos de vandalismo nas cidades.
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O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, afirmou ao Estado de São Paulo que a ordem do Governo federal prevê o recurso às forças de segurança pública para reforçar locais de manifestação, com a intenção de evitar actos de vandalismo nas cidades.
"Já temos notícias de que 'black blocs' se estão a querer aproveitar para agir", afirmou o mesmo responsável, citado pelo diário brasileiro. O ministro realçou ainda que há uma preocupação do Governo em relação às reacções de tristeza e revolta da população.
Gilberto de Carvalho realçou que o Mundial 2014 continua e que é necessário manter a tranquilidade e a receptividade que se tem visto até agora nas cidades-sede. "Uma coisa é o futebol, a nossa seleção e este incidente [a derrota]. Outra é a Copa, que está a ir muito bem em termos de organização. Precisamos saber separar as coisas", sublinhou.
Após a derrota do Brasil na meia-final do Mundial 2014, por 1-7, frente à Alemanha, foram registados actos de vandalismo, furtos, saques em lojas, rixas e vários autocarros foram incendiados em cidades-sedes do evento. Em Belo Horizonte, houve tumultos nas ruas da região do Savassi, ponto de encontro dos adeptos, e 12 pessoas acabaram detidas, segundo a imprensa brasileira.
As festas oficiais dos adeptos, chamadas de Fan Fest, registaram distúrbios em três cidades, levando à intervenção da Polícia Militar. Em Salvador, também se verificaram confrontos e tentativas de roubos, incidentes que resultaram em cinco detenções. Em Recife, a cavalaria actuou e foram lançadas bombas de gás para conter confrontos entre adeptos. Já no Rio de Janeiro, a ameaça de um assalto colectivo, o chamado arrastão, gerou o pânico.
Em São Paulo, mais de 20 autocarros foram incendiados, a maioria numa garagem na zona Sul da cidade, e uma loja de electrodomésticos foi saqueada. Em Curitiba, no Paraná, quatro autocarros foram apedrejados ou incendiados, segundo os bombeiros. Não houve registo de feridos.
Na próxima quinta-feira, numa reunião a ter lugar no Rio de Janeiro, será definido o esquema de reforço da segurança, envolvendo as forças estaduais e federais, para os jogos da final e de disputa do terceiro e quarto lugares do Mundial, as quais vão ter como palco o Rio de Janeiro e Brasília, respectivamente, para onde serão agora destacados os agentes que se encontravam noutras sedes do Campeonato do Mundo.
O ministro Gilberto de Carvalho também defendeu que este é o momento de os adeptos se solidarizarem com os futebolistas brasileiros, apesar da derrota, e de construir "uma nova cultura para o futebol" do país.