‘Everything is New’ já não faz parte da organização de Vilar de Mouros

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Marco Reis, presidente da AMA, associação de amigos do autismo e organizadores do próximo Festival de Vilar de Mouros Nelson Garrido

“A ‘Everything is New’ deu uma grande ajuda até onde precisávamos. Agora seguimos o nosso caminho sozinhos. Foi uma separação natural e a relação entre nós continua boa”, explicou Marco Reis presidente da Fundação AMA.

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“A ‘Everything is New’ deu uma grande ajuda até onde precisávamos. Agora seguimos o nosso caminho sozinhos. Foi uma separação natural e a relação entre nós continua boa”, explicou Marco Reis presidente da Fundação AMA.

Com a saída da promotora de Álvaro Covões a organização do festival, fundado em 1971, passa a incluir além da Fundação AMA, a autarquia de Caminha e a junta de freguesia de Vilar de Mouros.

O responsável garantiu que esta saída formalizada há mais de duas semanas não coloca em causa a realização do festival minhoto previsto para os dias 31 de Julho, 1 e 2 de Agosto, depois de oito anos de ausência.

“Está tudo bem com o festival de Vilar de Mouros. Fechámos sozinhos o resto do cartaz. As bandas estão fechadas. Contamos anunciar tudo na próxima semana”, disse Marco Reis.

Adiantou que a organização tem o apoio de uma outra promotora nacional “que já está desde o início do processo e que nesta fase ficou com a incumbência de acabar o resto do festival”.

Os Xutos & Pontapés, José Cid, os Capitão Fausto e os Trabalhadores do Comércio são até agora os nomes anunciados.

O presidente da Fundação Ama lamentou as “pressões negativas por parte de pessoas ligadas ao meio da música” que a organização do festival de Vilar de Mouros sofreu sobretudo nos últimos dois meses.

“Não foi um percurso fácil. Houve muitas coisas más que nos fizeram. Não queriam que o festival acontecesse porque é uma grande ameaça para os outros festivais. Vilar de Mouros pode voltar a ocupar o lugar que ocupou noutros tempos e isso poderá tirar protagonismo a alguns festivais”, afirmou.

“Mas o festival vai acontecer e vai ser um grande sucesso”, rematou.

Contactado pela Lusa o presidente da Câmara de Caminha escusou-se a comentar a saída da ‘Everything is New’ mas reafirmou o seu “absoluto empenho no regresso de Vilar de Mouros e a certeza de que o mesmo acontecerá este ano”.

“É para isso que trabalho sem descanso”, sublinhou o socialista Miguel Alves.

Em Abril, numa conferência de imprensa onde participou o promotor do festival Optimus Alive, Vilar de Mouros foi apresentado como exemplo de um projecto de economia social, uma vez que as receitas reverterão na íntegra para a construção de um edifício, em Viana do Castelo, de apoio a pessoas com autismo.

Com as verbas angariadas no festival, a Fundação AMA pretende construir o edifício multifuncional em Viana do Castelo, para reforçar a capacidade de resposta, que já chega a 150 famílias com casos de perturbações do espectro do autismo.

As obras de construção do edifício, que deverá custar cerca de 3,5 milhões de euros, deverão arrancar ainda este ano.

Trata-se de uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) dedicada unicamente à problemática das Perturbações do Espectro do Autismo (PEA).

Nasceu em 2008, na cidade de Viana do Castelo, criada por um grupo de pais, médicos, terapeutas, psicólogos, professores e empresários para apoiar a prestação de cuidados especiais às crianças e jovens autistas.