Vítima em acidente de Angélico reclama indemnização de 5,7 milhões de euros
Na acção, alega-se que a jovem, que era manequim, ficou com "sequelas irreversíveis" e com as capacidades mentais e físicas diminuídas.
"Apesar do despiste do acidente ter início no rebentamento do pneu esquerdo traseiro do automóvel, não existe nexo de causalidade entre tal facto e o consequente despiste que resultou da conduta do condutor", lê-se na acção, a que a Lusa teve acesso nesta sexta-feira.
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"Apesar do despiste do acidente ter início no rebentamento do pneu esquerdo traseiro do automóvel, não existe nexo de causalidade entre tal facto e o consequente despiste que resultou da conduta do condutor", lê-se na acção, a que a Lusa teve acesso nesta sexta-feira.
Após o acidente, Armanda Leite foi assistida no local pela viatura médica de emergência e reanimação (VMER) e foi transportada para o Hospital de Santo António, no Porto em estado bastante grave, com lesões em várias partes do corpo. A jovem, que era manequim até sofrer o acidente, esteve vários meses em coma e passou um longo período de tratamento, tendo estado internada até ao passado mês de Abril num centro de reabilitação a fazer fisioterapia intensiva.
Como consequência do acidente, Armanda Leite ficou com "sequelas irreversíveis" e tem as suas capacidades mentais e físicas diminuídas. Segundo a acção, a jovem tem necessidade de acompanhamento e ajuda permanente de uma terceira pessoa para fazer tarefas simples como a higiene pessoal, vestir-se, comer ou ir à casa de banho fazer as suas necessidades fisiológicas e nunca mais voltou a estudar.
"Após o acidente, tem passado períodos de isolamento, pois não quer falar com ninguém. Sente-se inútil e deprimida", lê-se no mesmo documento.
A jovem modelo reclama nesta acção 3,2 milhões por danos patrimoniais e um milhão de euros por danos não patrimoniais, além de 500 mil euros, pela dor física e psíquica resultante dos ferimentos e dos tratamentos necessários, e 500 mil euros por dano estético.
O pedido de indemnização contempla ainda o valor de 400 mil euros para a assistência de uma terceira pessoa até final da vida e 25 mil euros para pagar as obras de adaptação que foram realizadas na casa onde reside. A jovem modelo pede ainda cerca de 66 mil euros para pagar os salários que o pai deixou de receber durante o período em que esteve a prestar-lhe assistência.
Além dos pais do cantor, a acção cível tem como réus o Fundo de Garantia Automóvel e o stand Impocar (de onde saiu a viatura ao volante da qual o cantor se despistou).
Armanda Leite era namorada de Hélio Filipe, a primeira vítima mortal do acidente, cujos pais também moveram uma acção a exigir uma indemnização de 236 mil euros, que está a correr termos no Juízo de Grande Instância Cível de Aveiro.
O cantor e actor Angélico Vieira morreu no Hospital de Santo António, no Porto, dias após o acidente que ocorreu na A1, quilómetro 258,909, sentido norte-sul, pelas 3h15 de 25 de Junho, provocando também a morte do passageiro Hélio Filipe e ferimentos nas ocupantes Armanda Leite e Hugo Pinto.
As autoridades concluíram que a viatura se despistou na sequência do rebentamento de um pneu, na altura em que o veículo seguia a uma velocidade entre 206,81 e 237,30 quilómetros horários e realçam que Angélico, assim como o outro passageiro da frente, seguiam com cinto de segurança.