A Revolução dos Cravos no olhar dum italiano
Lisboa, 2014: a lembrança da Revolução dos Cravos nas fotografias tiradas por um italiano adolescente, que em 1975 viajou até Lisboa para saborear a liberdade dum outro País, obtida depois de 49 anos de regime
Em Setembro 1975, quando tinha 19 anos, Stefano Pacini, hoje fotógrafo profissional freelancer, partiu da Itália com dois amigos, pouco dinheiro no bolso e uma grande emoção no coração: o destino era Lisboa e o fim da viagem observar os resultados da Revolução dos Cravos e experimentar ao vivo o entusiasmo das pessoas que provaram a mudança geral que se seguiu.
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Em Setembro 1975, quando tinha 19 anos, Stefano Pacini, hoje fotógrafo profissional freelancer, partiu da Itália com dois amigos, pouco dinheiro no bolso e uma grande emoção no coração: o destino era Lisboa e o fim da viagem observar os resultados da Revolução dos Cravos e experimentar ao vivo o entusiasmo das pessoas que provaram a mudança geral que se seguiu.
Depois de terem atravessado a Espanha, os jovens italianos chegaram à capital portuguesa: aqui foram hospedados num velho prédio, a sede da associação de amistade revolucionária Portugal-Itália, frequentada por militantes de Lotta Continua.
Assim, eles começaram a participar na vida da cidade, das manifestações no Campo Pequeno às transmissões da Rádio ocupada pelos jornalistas. Foi nas ruas duma cidade “nova” e enfim livre que Stefano realizou a sua primeira reportagem, com uma maquina Reflex Tashica 35 milímetros, com grande entusiasmo e uma forte vontade de observar, entender e documentar, elementos que se tornaram uma costante da sua vida.
Depois desta experiência, seguiram outros trabalhos fotográficos na guerra na ex-Jugoslávia, em Cuba, no Magrebe e em vários outros lugares. Agora aquelas fotografias tiradas em Lisboa, precioso depoimento dos acontecimentos políticos-socias que tinham acontecidos naquela altura, fazem parte de “A revolução está na ruas”, uma das exposições fotográficas organizadas na capital lusitana para celebrar o 25 de Abril, que pode ser olhada no prédio da FNAC, no Chiado, em Lisboa, até o mês de Julho.
Hoje Portugal é um país diferente do que em 1975, quando uma das ditaduras mais duradouras da Europa e mais repressivas da história acabou. Está cheio de vida e de optimismo, tem uma vontade de crescer e de superar a crise incrível mas ao mesmo tempo não se esquece do seu passado do qual preserva a recordação e o ensino, porque sem memoria não é possível construir o futuro.