Alitalia evita colapso financeiro com venda de 49% do capital à Etihad
Negócio implicará fortes ajustes na oferta da companhia de bandeira italiana e a supressão de 2200 postos de trabalho
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O valor a investir pela Ethiad não foi divulgado. No entanto, o ministro italiano dos Transportes tinha referido, a 11 de Junho, que o negócio pressupõe que a companhia entregue uma tranche inicial de 560 milhões de euros, a que se seguirá um investimento de 690 milhões de euros no espaço de quatro anos para “renovação da frota”. Ontem, Maurizio Lupi não escondeu a satisfação com o anúncio das transportadoras aéreas. “Mantive sempre a confiança e continuo seguro de que esta operação será positiva”, referiu num comunicado citado pela AFP, em que acrescentava que “este casamento é indispensável” para a Alitalia.
De acordo com a imprensa internacional, os planos passam por uma ajuste significativo da oferta da companhia italiano, com uma aposta nas rotas internacionais e a suspensão de frequências domésticas, o que está a causar preocupações relativamente à oferta disponibilizada aos clientes e ao desenvolvimento económico de algumas regiões do país. Além disso, e tal como já tinha referido o administrador da Alitalia no início de Junho, cerca de 2200 postos de trabalho (cerca de 20% do total) poderão ser suprimidos.
A Alitalia, onde o Estado injectou dinheiro no passado e que foi alvo de um aumento de capital de 500 milhões de euros em 2013, transporta cerca de 25 milhões de passageiros por ano. Recentemente, soube-se que a companhia, detida por duas dezenas de accionistas privados e, em 20%, pelos correios italianos, acumula uma dívida de 800 milhões.
Para a Ethiad, instalada em Abu Dhabi, este investimento insere-se num plano de expansão para a Europa. A empresa detém já participações minoritárias na Air Berlin, na Air Seychelles, na Virgin Australia e na Aer Lingus.