Um designer activista com chinelos de palmeira
Tjeerd Veenhoven, desginer holandês, viajou até à Índia para transformar folhas de palmeira em chinelos, malas e cadernos
Tudo começou com uma pura atracção estética às folhas de palmeira. O designer holandês, Tjeerd Veenhoven desenvolveu uma linha de acessórios sustentáveis totalmente feitos com estas folhas secas. O material, apelidado de Palm Leather, é um “cabedal vegetariano” que aproveita as folhas que caem naturalmente das árvores. Depois de se aplicar água e gordura vegetal, as folhas de palmeira tornam-se permanentemente maleáveis e macias. Veenhoven acabou por estender o conceito a produtos como capas para cadernos, livros e tablets, vários estilos de malas e até chinelos, os Palmetti.
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Tudo começou com uma pura atracção estética às folhas de palmeira. O designer holandês, Tjeerd Veenhoven desenvolveu uma linha de acessórios sustentáveis totalmente feitos com estas folhas secas. O material, apelidado de Palm Leather, é um “cabedal vegetariano” que aproveita as folhas que caem naturalmente das árvores. Depois de se aplicar água e gordura vegetal, as folhas de palmeira tornam-se permanentemente maleáveis e macias. Veenhoven acabou por estender o conceito a produtos como capas para cadernos, livros e tablets, vários estilos de malas e até chinelos, os Palmetti.
O estúdio Tjeerd Veenhoven, homónimo ao seu criador, tem apostado nestes últimos para expandir a marca com o conceito de “chinelos de férias”, uma vez que, diariamente, são desperdiçados milhares de chinelos descartáveis nos hotéis. Os Palmetti podem ter uma duração de duas semanas a três meses. Mas, segundo o manifesto da marca, esta não é uma peça de museu. Foi a pensar nos mais de dois biliões de pessoas no mundo que vivem com menos de 2,5$ por dia, que os preços destes produtos prometem ser realmente baixos: entre 50 centavos e 1 dólar.
Segundo Veenhoven o projecto tem uma grande componente social, uma vez que os chinelos, malas e capas são produzidos numa região tropical do sul da Índia, por artesãos locais. O que permite dar continuidade ao artesanato ancestral e promover a economia local. Além disso, é no sul do país que se encontram as palmeiras Areca Betel, espécie de palmeira usada pelo designer.
É neste ponto que o desgin de Tjeerd Veenhoven se transforma em activismo. Na unidade de produção, onde trabalham cerca de trinta cidadãos locais, promove-se um ambiente familiar em que condições de trabalho agradáveis e sustentáveis são a grande prioridade e não é permitido o trabalho infantil nem dias com mais de oito horas.
Durante os seus dez anos de carreira, Tjeerd Veenhoven procurou sempre desenvolver os seus produtos segundo uma filosofia sustentável e responsável, amiga do ambiente. As fibras naturais permanecem o material predilecto do designer que rejeita por completo materiais sintéticos de produção industrial. Todos materiais e colas resultam de recursos tão naturais como plantas, árvores e legumes.
Texto editado por Luís Octávio Costa