Sindicato da PSP pede esclarecimentos ao MAI sobre alterações aos suplementos
Os elementos da PSP e da GNR recebem o suplemento das forças de segurança, que corresponde a 20% do salário.
O presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que o MAI deve esclarecer se está, ou não, a preparar alterações aos suplementos remuneratórios, sublinhando que esta matéria está regulamentada pelo estatuto profissional, que vai começar a ser discutido em breve com os sindicatos.
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O presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, disse à agência Lusa que o MAI deve esclarecer se está, ou não, a preparar alterações aos suplementos remuneratórios, sublinhando que esta matéria está regulamentada pelo estatuto profissional, que vai começar a ser discutido em breve com os sindicatos.
Uma notícia do Correio da Manhã dá conta de que os suplementos remuneratórios na Função Pública vão deixar de ser actualizados com a progressão na carreira, de acordo com uma nova tabela que deverá ser aprovada esta quinta-feira e que se aplica a todos os trabalhadores do Estado, sendo os mais afectados os agentes da PSP, os militares das Forças Armadas e da GNR.
Segundo a notícia, os suplementos remuneratórios passarão a ter um valor mensal fixo, diferente do que acontece actualmente, em que a percentagem é calculada a partir do salário base, traduzindo-se numa redução na remuneração mensal dos funcionários públicos.
Os elementos da PSP e da GNR recebem o suplemento das forças de segurança, que corresponde a 20% do salário.
Confrontado com a notícia, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, afirmou que "ainda nada está decidido".
Paulo Rodrigues levantou “dúvidas” sobre as alterações aos suplementos aplicarem-se na PSP, uma vez que as modificações têm que ser feitas no âmbito do estatuto profissional e não isoladamente.
Duas associações profissionais da GNR também já se manifestaram contra a possibilidade dos militares enfrentarem mais um corte nos vencimentos.
Em comunicado, a Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) repudia uma eventual alteração no suplemento das forças de segurança, considerando que “se trata de um malabarismo contabilístico para contornar o chumbo do Tribunal Constitucional aos cortes nos vencimentos que vigoraram até este mês”.
A APG ameaça contestar “qualquer alteração às remunerações e suplementos que venham degradar ainda mais o rendimento mensal” dos militares a GNR, relembrando que “as funções de segurança pública são exclusivas do sector público”.
Por sua vez, a Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG) considera que as alterações ao regime de suplementos remuneratórios dos militares da GNR “se traduzem numa diminuição dos rendimentos líquidos do trabalho”.
A ASPIG admite também uma “resposta musculada” por parte dos militares da GNR, que se encontram “nos limites da sua paciência e que há muito retiraram o benefício da dúvida ao Governo”.