Estudantes criam aplicação móvel para apoio a autistas
Projecto Enforcing Kids vai criar uma aplicação móvel para apoiar as terapias de crianças autistas, ajudando os terapeutas no tratamento que fazem e no acompanhamento que dão
Dois estudantes universitários criaram uma aplicação móvel de apoio à terapia de crianças autistas e enquanto esta não está disponível lançaram uma plataforma de partilha de informação dedicada ao autismo que chegou já a 33 países.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Dois estudantes universitários criaram uma aplicação móvel de apoio à terapia de crianças autistas e enquanto esta não está disponível lançaram uma plataforma de partilha de informação dedicada ao autismo que chegou já a 33 países.
Em declarações à agência Lusa, um dos responsáveis pelo projecto Enforcing Kids explicou que este surge no âmbito de uma cadeira da disciplina de computação móvel, no decorrer de um mestrado. Jorge Santos e Cátia Raminhos estão em mestrados diferentes, ele pelo Instituto de Educação, ela pela Faculdade de Ciências, ambos da Universidade de Lisboa. Têm disciplinas comuns em algumas cadeiras e foi de um trabalho de computação móvel que saiu um projecto para criar uma aplicação móvel que apoie as terapias de crianças autistas, ajudando os terapeutas no tratamento que fazem e no acompanhamento que dão.
"A aplicação está neste momento em fase de testes para pré-distribuição e enquanto essa aplicação está a ser testada para ter uma versão final estável e distribuível estamos a avançar com uma plataforma de informação para esta comunidade, a comunidade do autismo", adiantou Jorge Santos. Segundo o responsável, a plataforma de informação tem vários níveis de utilização, havendo um que está disponível ao público em geral através das redes sociais Facebook e Twitter.
"Para um público mais especializado, com acesso reservado, temos um blogue que inclui estudos académicos e temos o grupo no Facebook para a partilha de experiências, quer por familiares, quer por terapeutas ou professores", adiantou. Ainda em relação à aplicação móvel, Jorge Santos revelou que ela irá servir para apoiar o trabalho do terapeuta ou do adulto que acompanhe a criança. "Não digo concretamente qual é a actividade ou conjuntos de actividades ou a forma como nós damos a volta à situação porque o público saberá quando a aplicação sair", apontou, acrescentando que não há ainda uma data para divulgar a aplicação.
Enquanto a aplicação não sai para o mercado, o projeto Enforcing Kids está na plataforma de informação, ligando assim toda uma comunidade à volta de um mesmo assunto. A plataforma é alimentada pelos dois estudantes, que vão colocando informação sobre os diversos estudos que vão saindo, as experiências que vão sendo publicadas, bem como notícias publicadas na comunicação social, desde que estejam nas quatro línguas base: português, inglês, francês e castelhano. Foi criada em finais de Março de 2014 e entretanto chegou já a 33 países.
"Temos neste momento pessoas que acedem à página ou fazem parte do grupo que são da América Latina, entre México, Honduras, Costa Rica, temos depois Espanha, França, Malásia, Argélia, Turquia, Egipto, Brasil", exemplificou Jorge Santos. Esta expansão da plataforma, o responsável explica com o facto dos grupos ligados às pessoas autistas terem uma forte ligação entre eles, o que ajuda na comunicação em rede. O projecto Enforcing Kids é apoiado pelo Departamento de Investigação LaSIGE da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.