EUA pressionam Birmânia para permitir candidatura presidencial de Suu Kyi

Regra adoptada durante o regime militar, a pensar na líder oposicionista, proíbe acesso à presidência a birmaneses casados com estrangeiros, ou que tenham filhos estrangeiros.

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Suu Kyi, durante a visita que fez em 2013 à Europa FREDERICK FLORIN/AFP

É necessária uma reforma que “permita ao povo birmanês a livre escolha de quem o vai dirigir nesta delicada fase de transição”, defendeu, na segunda-feira, o Departamento de Estado, citado pela AFP.

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É necessária uma reforma que “permita ao povo birmanês a livre escolha de quem o vai dirigir nesta delicada fase de transição”, defendeu, na segunda-feira, o Departamento de Estado, citado pela AFP.

O apelo norte-americano, já saudado pela oposição birmanesa, acontece depois de, na semana passada, um comité parlamentar ter decidido manter a disposição constitucional que impede a candidatura da Prémio Nobel da Paz. A posição foi criticada por Suu Kyi, que apelou a “eleições justas”.

A decisão final será tomada pelo plenário do Parlamento, controlado pelos militares, e é considerada um teste à democratização do país, iniciada em 2011, após a dissolução da junta que dirigiu o país durante meio século. O Governo liderado pelo ex-general Thein Sein, que então iniciou funções, adoptou reformas que levaram ao levantamento de boa parte das sanções internacionais.

A Constituição birmanesa impede a candidatura de Suu Kyi devido a uma disposição  adoptada durante o regime militar, precisamente a pensar na líder oposicionista. Essa regra proíbe o acesso à chefia do Estado a birmaneses casados com estrangeiros, ou que tenham filhos estrangeiros. Suu Kyi foi casada com um britânico já falecido e os seus filhos têm passaportes estrangeiros.

A líder oposicionista, 68 anos, que foi libertada em 2010, depois de ter passado boa parte das décadas de 1990 e 2000 detida, não esconde que aspira a ocupar o cargo de Presidente, que, como lembrou a AFP,  será designado pelo Parlamento após as legislativas de 2015.

O seu partido, a Liga Nacional para o Democracia, que tem boas possibilidades de vencer as eleições, lançou em Maio uma petição para reclamar a alteração à Constituição redigida pela antiga junta militar em 2008.