Israel acusa Hamas pelo sequestro de três jovens na Cisjordânia
Benjamin Netanyahu promete "consequências sérias" para responsáveis pelos sequestros. Pelo menos 80 "palestinianos suspeitos" foram detidos.
Os jovens desapareceram na última quinta-feira depois de terem apanhado boleia junto a um yeshivot (escola onde se ensina o Talmude, um dos livros sagrados do judaísmo), na zona de Gush Etzion, colonato judaico situado entre as cidades palestinianas de Belém e Hebron, para chegar a Jerusalém. Um dos jovens, Naftali Frankel, tem dupla nacionalidade, israelita e norte-americana, estando a embaixada dos Estados Unidos a acompanhar o caso.
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Os jovens desapareceram na última quinta-feira depois de terem apanhado boleia junto a um yeshivot (escola onde se ensina o Talmude, um dos livros sagrados do judaísmo), na zona de Gush Etzion, colonato judaico situado entre as cidades palestinianas de Belém e Hebron, para chegar a Jerusalém. Um dos jovens, Naftali Frankel, tem dupla nacionalidade, israelita e norte-americana, estando a embaixada dos Estados Unidos a acompanhar o caso.
"Isto vai ter sérias consequências. De momento estamos a concentrar os nossos esforços em trazê-los para casa", disse Netanyahu neste domingo, a partir de Tel Aviv. "Aqueles que sequestraram os nossos jovens são pessoas do Hamas", afirmou durante uma reunião com o seu gabinete. "Terroristas do Hamas sequestraram os três adolescentes israelitas. Isso é um facto e não é uma surpresa (...) porque o Hamas está determinado em destruir Israel", acusou.
Um porta-voz do Hamas citado pela AFP considerou as acusações de Netanyahu "estúpidas". À Reuters, Sami Abu Zuhri, porta-voz do Hamas na Faixa de Gaza, não confirmou ou desmentiu o envolvimento do grupo no alegado sequestro.
Desde o desaparecimento dos três jovens, estão no terreno operações de busca, vigilância e interrogatórios, esforços que foram reforçados neste sábado em Hebron, na Cisjordânia, e nas localidades próximas, com a presença de perto de 2500 militares. Em comunicado, fonte militar israelita diz que foram detidos durante a noite "aproximadamente 80 palestinianos suspeitos". Fontes oficiais palestinianas falam, por sua vez, em mais de 100 pessoas detidas pelas autoridades israelitas, entre elas pelo menos sete membros do Hamas e vários prisioneiros recentemente libertados por Israel.
A informação de que as tropas do presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, estavam também no terreno a ajudar nas investigações ao desaparecimento dos três jovens foi recebida com fortes críticas por parte do Hamas. “A coordenação de segurança entre os serviços de [primeiro-ministro Rami] Hamdallah e de Abbas e o inimigo para localizar heróis na operação de Hebron e detê-los é um estigma”, defendeu o porta-voz do grupo islamista.
A operação israelita tem decorrido com base na suspeita de sequestro. A única indicação até agora nesse sentido é um comunicado divulgado na Internet, cuja autenticidade não foi confirmada, a reivindicar o sequestro em nome da até agora desconhecida facção palestininana do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (ISIS), um grupo radical ligado à Al-Qaeda e com uma forte presença na Síria e que está a levar a cabo uma ofensiva no Iraque.
O incidente na Cisjordânia é um teste às relações entre Israel e o Presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, desgastadas pelo acordo de reconciliação entre a Fatah e o Hamas celebrado em Abril (quase sete anos depois da guerra que levou à separação de facto dos territórios palestinianos) e que resultou num governo de unidade nacional.