António Costa explica "qual é a pressa" que sente
Presidente da Câmara de Lisboa diz que são os portugueses que pedem ao PS para se "despachar". E avisa que aquilo que os eleitores esperam do PS não é "a resposta populista" da redução do número de deputados, que Seguro agora defende.
Os portugueses "têm dito ao PS: 'Estamos à vossa espera. Despachem-se, aviem-se, dêem-nos um suplemento de confiança, dêem-nos uma energia motivadora, dêem-nos a capacidade agregadora para formar uma alternativa de Governo. Mas despachem-se. Não continuem parados'", disse António Costa.
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Os portugueses "têm dito ao PS: 'Estamos à vossa espera. Despachem-se, aviem-se, dêem-nos um suplemento de confiança, dêem-nos uma energia motivadora, dêem-nos a capacidade agregadora para formar uma alternativa de Governo. Mas despachem-se. Não continuem parados'", disse António Costa.
"'Qual é a pressa?' Há muita pressa. Os portugueses estão cheios de pressa. Temos de responder à pressa dos portugueses", sublinhou o presidente da Câmara de Lisboa, considerando que o PS tem de trabalhar e tem de fazer por merecer a confiança dos eleitores.
O dirigente socialista destacou que "muitos portugueses estão desconfiados e descontentes", não sendo "a resposta populista" a solução. A proposta de redução do número de deputados pode dar "votos", mas "é reduzir um dos valores da democracia, que é a proporcionalidade entre número de deputados e percentagem de votos", salientou António Costa.
Referindo que "há um problema de governabilidade à esquerda", o dirigente socialista observou que a esquerda tem um problema com "a atitude demissionista do PCP e BE", que não tem viabilizado soluções governativas alternativas. Contudo, o "problema com o PCP e BE não se resolve na secretaria, alterando a lei eleitoral para eliminar" estes dois partidos da Assembleia da República, advertiu Costa. O nosso problema à esquerda resolve-se com o debate político. Foi assim que fizemos em 1975 e é assim que faremos sempre", proclamou, destacando que o PS quer "merecer a confiança dos eleitores da esquerda".
O PS "tem de perceber bem onde se situa", referiu, sustentando que "o problema do PS é o próprio PS". António Costa falou também da estratégia que propõe para o país, estando esta assente na valorização de recursos, investimento na ciência e na cultura, modernização do tecido empresarial e aposta na coesão social.
Ainda sobre uma estratégia nacional, António Costa condenou a posição do seu partido face ao próximo quadro comunitário, observando que o PS esteve "sem iniciativa, sem exigências e sem tentar obter um acordo sobre o próximo quadro" com o actual Governo. "Ou vamos a tempo, ou ele é assinado e ficamos de pés e mãos atados", avisou.
António Costa participava num encontro com apoiantes da sua candidatura no Pavilhão Centro de Portugal, em Coimbra, nesta sexta-feira à noite, onde declarou também que não discute questões estatutárias e que aguarda que o PS defina os termos em que o seu líder deve ser eleito.
O candidato à liderança dos socialistas reagia à notícia do jornal online Observador, segundo a qual o conselho nacional de jurisdição do PS "concluiu, pela análise dos estatutos, que um congresso extraordinário não pode eleger um líder". António Costa, que falava aos jornalistas à margem do encontro com apoiantes, disse desconhecer aquela informação, mas defendeu que o partido deverá "organizar, como bem entender, a decisão que deve ser dada aos militantes, e aos simpatizantes se também o entender".
Trata-se de "uma questão política" e o que está em causa é "fortalecer o PS e mobilizar Portugal", para que o partido possa ser "uma alternativa forte de Governo e fazer aquilo que os portugueses disseram muito claramente desejarem nas últimas eleições" - é "essa mudança que o PS tem de liderar e é para isso que se tem de fortalecer", sustentou.
"Eu jogarei no campo que o PS definir", assegurou. "Há uma questão política, que exige uma decisão política e num partido democrático só há uma forma de decidir, que é dar a voz aos militantes", acrescentou António Costa, salientando que não tem "medo de ouvir a voz dos militantes".
Actualizado o 8.º parágrafo e acrescentados os parágrafos seguintes