Um furacão chamado Costa Rica
A defesa do Uruguai não teve pernas para Joel Campbell nem cabeça para aguentar a vantagem. Há uma selecção sensação no Grupo D.
Maxi Pereira a subir as escadas de acesso ao balneário, segundos antes do apito final do encontro inaugural do Grupo D. O lateral do Benfica tinha sido expulso, por um pontapé violento num adversário junto à linha lateral. Era a imagem do desespero de uma selecção que entrou em campo como favorita, que no primeiro tempo justificou à justa o estatuto e que no segundo foi simplesmente varrida do tapete.
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Maxi Pereira a subir as escadas de acesso ao balneário, segundos antes do apito final do encontro inaugural do Grupo D. O lateral do Benfica tinha sido expulso, por um pontapé violento num adversário junto à linha lateral. Era a imagem do desespero de uma selecção que entrou em campo como favorita, que no primeiro tempo justificou à justa o estatuto e que no segundo foi simplesmente varrida do tapete.
O furacão Costa Rica só entrou em acção no segundos 45 minutos, em parte porque a vantagem alcançada pelo Uruguai (uma grande penalidade convertida por Edinson Cavani, aos 24', por falta sobre Diego Lugano) tinha provocado nervosismo acrescido, em parte porque os laterais, num sistema de 3-4-3, pareciam ter-se esquecido de que havia vida para além do seu próprio meio-campo.
Mas a verdade é que, mesmo em vantagem, a selecção sul-americana (ainda sem o lesionado Luis Suárez, que não saiu do banco) nunca foi dominadora ao ponto de fazer esmorecer a esperança do adversário. E os números ao intervalo comprovavam o equilíbrio de forças: 50% de posse de bola para cada lado, sete remates para o antigo campeão do mundo, quatro para a Costa Rica.
Com pouca dinâmica, o 4-3-3 do Uruguai foi-se mostrando mais permeável no segundo tempo, à medida que as investidas pelas alas ganhavam mais preponderância na selecção treinada por Jorge Luís Pinto. E num lance em que já poucos acreditavam, Gamboa foi à linha de fundo arrancar um cruzamento-limite que Joel Campbell, o mais versátil e irrequieto avançado em campo, transformou no 1-1, aos 54'. O dianteiro do Olympiacos, de 21 anos, era a maior dor de cabeça dos sul-americanos.
Empolgada pelo empate, a Costa Rica voltou à carga. Aos 50', já tinha ameaçado num livre indirecto cobrado ao segundo poste, com Muslera a travar Óscar Duarte. Aos 57', num lance tirado a papel químico, a bola só parou no fundo das redes. Pela primeira vez num Mundial, os centro-americanos faziam dois golos em três minutos.
A derrocada estava em curso. Óscar Tabárez ainda tentou remediá-la, ao lançar Lodeiro e González para os lugares de Gargano e Forlán. Mas o dia era da Costa Rica e a substituição que deu prémio saiu do banco contrário, quando Marco Ureña, lançado aos 83', pôs tudo em pratos limpos. Passe de ruptura para o interior da área e desvio perfeito do avançado do Kuban à saída de Muslera. Estava servida a vingança pela eliminação no sprint final para o Mundial de 2010.