Incêndio no Bairro da Sé do Porto causa ferimentos numa moradora e deixa duas famílias desalojadas

Moradores do bairro socorreram a vítima e apagaram as chamas que deflagraram num prédio de habitação na Rua dos Pelames.

Foto
Nelson Garrido

O fogo ocorreu no n.º 18 da Rua dos Pelames e começou por volta das 16h, segundo testemunhas no local. O alerta chegou à PSP e aos Sapadores Bombeiros do Porto vinte minutos depois. Entretanto, os moradores apagaram as chamas e socorreram uma mulher de 62 anos, que sofreu queimaduras na cabeça e num braço. Mas a vítima saiu do prédio pelo próprio pé e foi transportada pelo INEM para o Hospital de Santo António, de acordo com o comandante do Batalhão de Sapadores Bombeiros, Rebelo de Carvalho.

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O fogo ocorreu no n.º 18 da Rua dos Pelames e começou por volta das 16h, segundo testemunhas no local. O alerta chegou à PSP e aos Sapadores Bombeiros do Porto vinte minutos depois. Entretanto, os moradores apagaram as chamas e socorreram uma mulher de 62 anos, que sofreu queimaduras na cabeça e num braço. Mas a vítima saiu do prédio pelo próprio pé e foi transportada pelo INEM para o Hospital de Santo António, de acordo com o comandante do Batalhão de Sapadores Bombeiros, Rebelo de Carvalho.

Os vizinhos da vítima queixaram-se dos acessos a esta zona da cidade, com muitas ruas estreitas e íngremes, que dificultaram a chegada dos socorros. "Os bombeiros demoraram muito tempo a chegar, uns 20 minutos. Quando cá chegaram, já os moradores tinham apagado quase tudo", disse ao PÚBLICO o morador Alfredo Lúcio.

O comandante dos Sapadores Bombeiros admitiu que os acessos à Rua dos Pelames são difíceis, mas garantiu, contudo, que a resposta foi imediata. Ainda assim, o responsável confirmou que quando os bombeiros conseguiram aceder ao edifício, alguns moradores já estavam a combater o incêndio com o recurso a mangueiras que tinham em casa. Ao local acorreram a PSP, o INEM, os Sapadores Bombeiros, os Bombeiros Voluntários do Porto e a Protecção Civil. O fogo foi dado como controlado às 17h10.

Ao que foi possível apurar, as chamas terão sido causadas pela própria moradora, enquanto realizava limpezas com álcool. O fogo alastrou pela cobertura do prédio de habitação com quatro pisos.

A filha da vítima, Sílvia Sottomayor, disse ao PÚBLICO que a mãe estava sozinha em casa e não sabe o que possa ter estado na origem do incêndio, garantindo que a casa tem condições de habitação.

A moradora ferida habita com o marido nos dois andares superiores do prédio, que o fogo destruiu, queimando também objectos pessoais e equipamentos electrónicos. Sílvia Sottomayor mora com a família nos andares de baixo, que também ficaram danificados, principalmente devido à água usada no combate ao incêndio, que estragou também objectos pessoais e uma televisão.

O prédio ficou inabitável. A protecção civil disponibilizou alojamento para a família numa pensão, mas esta preferiu ficar em casa de familiares. No sábado, os bombeiros vão limpar o edifício e avaliar os prejuízos.

O presidente da União de Freguesias do Centro Histórico, António Fonseca, alertou para o facto de o incêndio ser apenas um “pequeno aviso”, afirmando que podia ter sido mais grave, dados os difíceis acessos à zona.

Alfredo Lúcio acorreu ao local assim que soube do incêndio com medo que este chegasse à sua casa, pois as ruas do bairro são apertadas e as chamas podiam alastrar facilmente. O morador lamenta que apenas quando haja acidentes os responsáveis se lembrem do bairro em degradação, que, na opinião dos moradores, necessita de uma intervenção urgente.

António Fonseca advoga também a reabilitação do casco histórico da Sé. O presidente da freguesia defende que as ruas deviam ser pedonais, com trânsito e estacionamento proibido para permitir a mais fácil circulação e acesso.