Ruby Dee (1922-2014): Actriz e activista até ao fim

Actriz de teatro, cinema e televisão com uma longuíssima carreira - foi nomeada para um Óscar aos 83 anos -, Ruby Dee foi também uma incansável lutadora pelos direitos civis. Morreu esta quarta-feira aos 91 anos.

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Era viúva do actor Ossie Davis (1917-2005), com quem contracenou frequentemente no teatro e no cinema. Uma das últimas aparições do casal no grande ecrã ficou a dever-se a Spike Lee, que os juntou em Não Dês Bronca (1989).

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Era viúva do actor Ossie Davis (1917-2005), com quem contracenou frequentemente no teatro e no cinema. Uma das últimas aparições do casal no grande ecrã ficou a dever-se a Spike Lee, que os juntou em Não Dês Bronca (1989).

Dee e Davis conheceram-se numa peça da Broadway em meados dos anos 40 e tornaram-se um dos casais mais conhecidos e apreciados do mundo do espectáculo, mas a sua colaboração estendia-se também à luta pelos direitos dos negros. E também neste domínio a idade não os amansou: em 1999, foram presos quando protestavam contra a morte de um emigrante africano, Amadou Diallo, mortalmente baleado pela polícia de Nova Iorque. No ano anterior, em comemoração dos seus 50 anos de casados, tinham publicado uma autobiografia conjunta, With Ossie and Ruby: In This Life Together.

Para a consagração de Ruby Dee como actriz, foi particularmente relevante o filme Um Cacho de Uvas ao Sol, realizado por Donald Petrie, em 1961, com base numa peça centrada numa família negra pobre. Petrie usou o mesmo elenco que estava a representar a peça na Broadway, incluindo Ruby Dee e Sidney Poitier, ambos premiados pelas suas interpretações no filme.

No funeral do marido de Ruby Dee, em 2005, coube aliás a Poitier fazer o elogio fúnebre, função que partilhou com o cantor e actor Harry Belafonte e com o ex-presidente americano Bill Clinton.

A par do teatro e do cinema, Ruby Dee trabalhou muito em televisão, tendo sido uma das pouquíssimas actrizes negras a desempenhar papéis principais em várias séries televisivas nos anos 50 e 60.