População de Chaves em vigília contra fecho da Unidade de Cuidados Continuados
Vestidos de negro e com faixas de protesto com a mensagem "Não ao fecho dos Cuidados Continuados", os cidadãos eram convidados, pelos membros da comissão de trabalhadores, a acender uma vela para contestar o fecho desta unidade de saúde. "Há um enorme sentimento de injustiça e indignação entre os trabalhadores", disse à Lusa a directora técnica da Unidade de Cuidados Continuados de Chaves, Silviana Freitas.
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Vestidos de negro e com faixas de protesto com a mensagem "Não ao fecho dos Cuidados Continuados", os cidadãos eram convidados, pelos membros da comissão de trabalhadores, a acender uma vela para contestar o fecho desta unidade de saúde. "Há um enorme sentimento de injustiça e indignação entre os trabalhadores", disse à Lusa a directora técnica da Unidade de Cuidados Continuados de Chaves, Silviana Freitas.
A responsável explicou que os cerca de 40 trabalhadores, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, administrativos, terapeutas da fala e psicólogos, são maioritariamente jovens. "Se ficarem desempregados, a solução será emigrar ou mudar de cidade porque em Chaves as oportunidades de emprego escasseiam", referiu.
Aberta há quatro anos, a Unidade de Cuidados Continuados de Chaves tem 32 camas, 16 de média duração e reabilitação e 16 de longa duração e manutenção. Ao longo destes anos, garantiu Silviana Freitas , a unidade recebeu mais de 400 utentes, tendo sempre lotação esgotada.
A directora técnica explicou ainda que a unidade presta cuidados de convalescença a doentes crónicos e pessoas em situação de dependência, permitindo-lhes recuperar a autonomia para as actividades da vida diária. "A encerrar, os utentes terão de ser transferidos a quilómetros de casa, dado Chaves não ter oferta deste género", disse.
A unidade de cuidados continuados mais próxima de Chaves é Murça, situada a 50 quilómetros, Ribeira de Pena, a 60, e Vila Real, a 70. Apesar de ainda nenhum doente ter sido deslocado, Silviana Freitas revelou já ter iniciado, por ordens superiores, alguns processos de transferência.
Vânia Lima, enfermeira de 30 anos, a trabalhar na unidade desde 2012, revelou-se triste e revoltada. "Não tenho coragem para emigrar, confesso, mas se o fecho da unidade se concretizar terei de sair de Chaves para arranjar emprego na área", afiançou.
Hermínia Silva, que teve o pai internado na unidade um ano, salientou ter-se juntado à vigília por considerar o fecho uma "verdadeira vergonha". "Apelo ao bom senso de todos para manter a unidade aberta", disse.