Angelina Jolie declara guerra à violência sexual em zonas de conflito

Actriz participou, ao lado do ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, na conferência Acabar com a Violência Sexual em Conflitos, em Londres.

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Angelina Jolie esteve sempre acompanhada pelo companheiro, Brad Pitt Lefteris Pitarakis/Reuters

“Estamos aqui pela menina de nove anos no Uganda, raptada e forçada à escravidão sexual”, disse Jolie na sua intervenção na conferência Acabar com a Violência Sexual em Conflitos, esta quinta-feira, terceiro de quatro dias de encontro. “Estamos aqui por todos os sobreviventes esquecidos, escondidos, que foram levados a sentir-se envergonhados ou abandonados”, continuou a actriz, que esteve acompanhada durante os trabalhos pelo companheiro, o também actor Brad Pitt.

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“Estamos aqui pela menina de nove anos no Uganda, raptada e forçada à escravidão sexual”, disse Jolie na sua intervenção na conferência Acabar com a Violência Sexual em Conflitos, esta quinta-feira, terceiro de quatro dias de encontro. “Estamos aqui por todos os sobreviventes esquecidos, escondidos, que foram levados a sentir-se envergonhados ou abandonados”, continuou a actriz, que esteve acompanhada durante os trabalhos pelo companheiro, o também actor Brad Pitt.

Jolie falou ainda em nome das “crianças da violação” e da necessidade de se ouvir as suas histórias e “compreender que esta injustiça não pode ser tolerada” e que a “tristeza e compaixão não são suficientes” para estas vítimas, cita a BBC.

Aos governos que estiveram representados no encontro internacional a actriz disse esperar que, além de serem “forçados a agir”, queiram estar “motivados e comprometidos” em trabalhar no combate à violência sexual. Para isso, a norte-americana anunciou um manual que deverá ser seguido internacionalmente sobre como investigar estes crimes, recolher provas e levar perante a Justiça os seus autores.

William Hague, parceiro de Jolie nos últimos dois anos numa campanha contra a violência sexual, também interveio na conferência e sublinhou a importância de deixar de tratar este problema como um tabu. “Percorremos um longo caminho nos últimos dois anos para levar o mundo a falar sobre o que era um tema tabu e agora temos de passar à acção”, defendeu o chefe da diplomacia britânica perante cerca de 1200 representantes de governos, activistas e elementos militares, bem como vítimas.

Hague realçou ainda, em conferência de imprensa, o papel que Jolie teve para pôr este assunto na agenda do mundo e disse que a actriz é o “exemplo de como a diplomacia pode ser conduzida no futuro”. “Precisamos de muito mais do que o governo para chegar às pessoas que dificilmente ouvem os governos e Angelina faz isso, além de ter uma grande conhecimento e paixão por estas questões”, acrescentou, segundo a Reuters.

Os números de violação sexual são conhecidos tanto por Jolie como por Hague e foram repetidos na conferência. Nos vários anos da guerra civil na Serra Leoa, estima-se que 60 mil mulheres tenham sido violadas. Na guerra na Bósnia (1992-95) mais de 100 mil pessoas morreram e 20 mil mulheres terão sido alvo de violações. Recentemente, perto de 200 raparigas foram sequestradas na Nigéria e o seu destino está ameaçado pela escravidão sexual. Na Índia, seguem-se os casos de jovens violadas por grupos de homens e que aparecem depois mortas.

À semelhança de Jolie, Hague apelou à acção dos governos e ao público e activistas que assegurem que estão a fazer o seu trabalho. “Juntos podemos desencadear uma onda de acções práticas pelo mundo que irá fazer uma enorme diferença para a vida dos homens, mulheres e crianças em zonas de conflito.”