Igreja dos Clérigos com novos acessos e mais aberta à cidade
O investimento na intervenção ascende aos 2,7 milhões de euros.
Foi em mais uma visita guiada às obras de um dos monumentos mais reconhecidos da cidade do Porto que o padre Américo Aguiar, presidente da Irmandade dos Clérigos, renovou a intenção de “devolver os Clérigos à cidade”. A intervenção está a ser feita, simultaneamente, em todas as partes do edifício e de forma contínua, sem fases, para que esteja aberta na data simbólica.
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Foi em mais uma visita guiada às obras de um dos monumentos mais reconhecidos da cidade do Porto que o padre Américo Aguiar, presidente da Irmandade dos Clérigos, renovou a intenção de “devolver os Clérigos à cidade”. A intervenção está a ser feita, simultaneamente, em todas as partes do edifício e de forma contínua, sem fases, para que esteja aberta na data simbólica.
A ligação ao passado é um dos pontos de referência da obra neste património. Os mármores que compõem algumas partes da capela-mor serão limpos para que as escolhas cromáticas de Nicolau Nasoni possam ser respeitadas. Os quadros e outras peças artísticas, de simbologia religiosa, foram entregues ao Centro de Conservação e Restauro da Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa para serem devidamente compostos.
Também os dois órgãos ibéricos presentes na Capela-mor já seguiram para limpeza e restauro. A intenção, anunciada pelo padre Américo Aguiar, é a de realizar concertos de órgão que, diariamente e à mesma hora, se possam tornar um símbolo do património. ”Estamos a desenvolver com o professor Valente de Oliveira um pacote de oferta cultural com concertos de órgão e carrilhão”, explicou o padre, acrescentando que, numa primeira fase, os concertos realizar-se-ão entre a Semana Santa e Setembro e, pelo fluxo de visitantes, no Natal.
A reabilitação da Igreja dos Clérigos passa pela redução das eucaristias, devido à grande oferta de locais de culto do centro da cidade, e apostar na dinamização cultural e promoção turística. “Este é, de facto, um bom investimento para a promoção turística do Porto. Nos números crescentes de turismo que temos na região, seja do Porto seja da região Norte, um dos principais produtos estratégicos de visita desta região são o cultural e paisagístico dos patrimónios. É preciso investir no património material e imaterial”, explica Melchior Moreira, presidente da Turismo Porto e Norte.
A maior abertura a todos os que a queiram visitar traduz-se também nas adaptações ao espaço físico da igreja. A entrada principal será a partir da rua da Assunção, onde além da construção de rampas, está a ser colocado um elevador para permitir aos visitantes com mobilidade reduzida a livre circulação entre os quatro pisos do museu.
“O acesso à igreja, a muita da oferta cultural deste edifício, tinha muitos obstáculos físicos que não permitiam que pessoas com deficiência ou até seniores pudessem disfrutar deste património e esta intervenção vai permitir isso”, explica o padre Américo Aguiar, para quem a retirada de obstáculos físicos era uma “das maiores preocupações”.
A intervenção de valorização da Igreja e Torre dos Clérigos está orçada em 2,6 milhões de euros, comparticipados em 1,7 milhões pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN), sendo os restantes 800 mil euros da responsabilidade da Irmandade dos Clérigos.
“Tendo em conta a grandeza da obra, o valor da obra nem foi assim tanto”, considera Emídio Gomes. Para o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), o investimento “vai permitir um enorme aumento de número de visitas a este espaço. A cidade vai ainda ser mais conhecida no Mundo por um espaço que já existia mas que vai ser passado a ser visto com outros olhos”.
Texto editado por Ana Fernandes