Escolas de Enfermagem vão ao Parlamento rejeitar integração nos politécnicos

O presidente da Escola Superior de Enfermagem do Porto explica que a medida seria um “retrocesso” num ensino que, a médio prazo, os responsáveis por estas escolas querem ver integrado nas universidades.

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Escolas de enfermagem querem ser integradas nas universidades JOSé CARLOS COELHO

Esta é apenas uma das medidas preconizadas no documento que o Governo divulgou em Maio com as linhas de orientação estratégica, mas que, para as escolas superiores de enfermagem, representaria um “retrocesso” num ensino que, a médio prazo, querem ver integrado nas universidades.

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Esta é apenas uma das medidas preconizadas no documento que o Governo divulgou em Maio com as linhas de orientação estratégica, mas que, para as escolas superiores de enfermagem, representaria um “retrocesso” num ensino que, a médio prazo, querem ver integrado nas universidades.

“Esta questão merece a nossa total oposição”, disse à agência Lusa o presidente da Escola Superior de Enfermagem do Porto, Paulo Parente, considerando que a integração em institutos politécnicos seria um retrocesso para a profissão.

Paulo Parente defende que, ao longo dos últimos 30 anos, os enfermeiros fizeram “um longo percurso”, que passou pela obtenção do grau de bacharel, licenciaturas de quatro anos, graus de mestrado e doutoramentos. “Neste processo, tem havido um esforço no sentido de os enfermeiros poderem dispor na mesma instituição dos três ciclos de formação”, sustentou.

O objectivo, acrescentou, é que as três escolas possam, a médio prazo, ser integradas nas universidades onde já estão a funcionar os doutoramentos em Enfermagem. “Temos de alargar os doutoramentos e nos politécnicos não há doutoramentos”, explica.

As escolas superiores consideram, por isso, que a integração nos politécnicos seria cortar à Enfermagem a possibilidade de ser reconhecida como disciplina do conhecimento. “Entendemos que é um retrocesso, essa proposta merece o nosso repúdio”, declarou.

Questionado pela Lusa, Paulo Parente afirmou que não houve mais contactos do Ministério da Educação e Ciência (MEC) desde que foram anunciadas as orientações estratégicas, mas que as escolas entenderam pedir audiências no parlamento para transmitirem formalmente a sua posição aos deputados.

Na quarta-feira estes responsáveis estarão presentes na Comissão de Educação, depois de já terem sido recebidos na Comissão de Saúde e de terem enviado ao MEC os documentos que sustentam a posição das escolas.