Golo de Bruno Alves nos "descontos" moraliza Portugal

Com o portista Herrera em destaque, selecção latino-americana foi superior na segunda metade, com Eduardo a brilhar na baliza. Cristiano Ronaldo continua a ser uma ausência dolorosa na equipa de Paulo Bento.

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Num clima de grande euforia entre portugueses e mexicanos residentes nos EUA nas bancadas do Gillette Stadium, que recebeu mais de 56 mil espectadores, as duas equipas compensaram com um bom espectáculo de futebol atacante, que não teve reflexos realistas no marcador. Uma partida aberta, mas com pouca agressividade, pois uma das principais preocupações foi evitar lesões inesperadas em vésperas da grande competição de selecções. Se na primeira parte, os portugueses criaram mais e melhores oportunidades, deixaram-se surpreender na segunda metade com a determinação mexicana. Muito por responsabilidade do portista Hector Herrera, que subiu de rendimento quando teve a companhia de Javier Hernández, entrado aos 60’.

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Num clima de grande euforia entre portugueses e mexicanos residentes nos EUA nas bancadas do Gillette Stadium, que recebeu mais de 56 mil espectadores, as duas equipas compensaram com um bom espectáculo de futebol atacante, que não teve reflexos realistas no marcador. Uma partida aberta, mas com pouca agressividade, pois uma das principais preocupações foi evitar lesões inesperadas em vésperas da grande competição de selecções. Se na primeira parte, os portugueses criaram mais e melhores oportunidades, deixaram-se surpreender na segunda metade com a determinação mexicana. Muito por responsabilidade do portista Hector Herrera, que subiu de rendimento quando teve a companhia de Javier Hernández, entrado aos 60’.

Depois de ter experimentado frente à Grécia (0-0), ainda em Portugal, uma equipa arrumada em 4-4-2, Paulo Bento regressou em Massachusetts ao mais habitual 4-3-3. Éder surgiu como único ponta-de-lança, ladeado por Nani e Vieirinha. No meio campo, a grande novidade foi a colocação de Fábio Coentrão nesta zona  do terreno, descaído para a esquerda, em territórios próximos do extremo Nani. João Moutinho, outro titularíssimo de Paulo Bento, regressou também à equipa e Vieirinha foi o extremo escolhido para o lado direito. Miguel Veloso surgiu como médio mais recuado.

Na defesa, apenas uma alteração em relação à linha que defrontou a Grécia, com a chamada de Neto para fazer companhia a Bruno Alves no miolo. Nas laterais, mantiveram-se João Pereira e André Almeida. Um “onze” que apresentou seis dos prováveis titulares no Mundial do Brasil e quatro alterações em relação à partida com a Grécia de Fernando Santos.

O México, numa fase mais adiantada da sua preparação para o Brasil (esta foi a terceira partida no estágio que está a realizar nos EUA, onde já venceu o Equador, por 3-1, e perdeu com a Bósnia, 1-0), surgiu com velocidade e boa circulação de bola, que começou por surpreender os portugueses. Moreno chegou mesmo a fazer entrar a bola nas redes logo aos 2’, mas estava em fora-de-jogo.

Éder mexido, mas perdulário
A alinhar com três defesas centrais, os mexicanos conseguiam vantagem numérica no centro do terreno, garantindo uma maior posse de bola, mas com dificuldades em penetrar no último terço do terreno, onde a defesa adversária possibilitava poucos espaços. Portugal demorou algum tempo a adaptar-se às alterações introduzidas por Paulo Bento, mas foi-se progressivamente soltando e aproximando-se da baliza de Corona, com o corredor esquerdo em destaque.

Seria, no entanto, do lado direito que iria surgir o primeiro sinal de perigo da equipa nacional, com um bom trabalho de Vieirinha a ser concluído com um remate para uma boa defesa do guarda-redes mexicano. Depois, a partir dos 20’, começou um festival de oportunidades falhadas de Éder. Um ponta-de-lança diferente nesta selecção, com boas movimentações e a uma dor de cabeça constante para os norte-americanos, faltando-lhe mais acerto na finalização. O luso-guineense do Sp. Braga teve quatro excelentes oportunidades (20’, 22’, 38’ e 39’), mas não foi feliz.

Do México, surgiram dois sustos para a baliza de Eduardo. Aos 31’, uma tentativa de chapéu de Miguel Layun, a partir da linha esquerda obrigou o guarda-redes português a aplicar-se para impedir a bola de entrar no canto superior esquerdo da sua baliza; a dois minutos do intervalo, um mau alívio de Bruno Alves sobrou para Andres Guardado rematar perto da entrada da área, mas com a pontaria desafinada. Instantes antes, também João Pereira, assistido por Nani, desperdiçou a sua oportunidade.

A primeira parte terminou aberta como havia começado e o segundo tempo não trouxe alterações neste capítulo. Pelo contrário. Logo a abrir, duas grandes oportunidades nas duas balizas, com Herrera e Coentrão perdulários. Mas, a partir desse momento inicial repartido, o encontro começou a desequilibrar-se para o lado mexicano. Aos 55’, um grande remate de Guardado passou por muito pouco ao lado do poste esquerdo de Eduardo, que estava batido. E as coisas pioraram com a entrada de Javier “Chicharito” Hernández, aos 60’.

México falhou, Portugal marcou
Um minuto depois, o atacante do Manchester United fez um grande trabalho na esquerda e cruzou para Herrera, que permitiu uma grande defesa ao guarda-redes português. A selecção nacional foi perdendo velocidade e as substituições de Paulo Bento, que nunca mexeram com a estrutura, não produziram efeitos (Varela, Hélder Postiga, Rafa e Ruben Amorim renderam Vieirinha, Éder, Coentrão e João Pereira). Pelo contrário, sem o ponta-de-lança do Sp. Braga, Portugal perdeu uma referência sempre incómoda no ataque.

As oportunidades do México, que deixou de ter uma cobertura tão apertada à entrada da área portuguesa (Miguel Veloso, em particular, quebrou muito no segundo tempo), sucederam-se. Aos 68’, Herrera voltou a perder o duelo particular com Eduardo, num lance, mais uma vez, produzido por “Chicharito”. E o atacante voltaria a estar em destaque já perto do final, aos 89’, assistindo Pulido para mais uma grande intervenção de Eduardo, o melhor português em campo.

Em resposta, um tímido cabeceamento de Varela (que voltou a parecer um pouco alheado da partida, tal como já acontecera frente à Grécia) à figura de Ochoa (que entrou na segunda metade para guardar a baliza mexicana) e um lance de Rafa que acabou com uma falta de Herrera. Muito pouco. Mas no último instante, uma inspiração de João Moutinho e Bruno Alves castigou severamente os mexicanos. Paulo Bento tem muito trabalho a fazer nos próximos dias e terá ainda uma derradeira oportunidade para testar as suas soluções frente à Irlanda, na próxima terça-feira, no MetLife Stadium, em Nova Jérsia. Depois será a doer, no Brasil, frente à Alemanha, no dia 16.

México, 0
Portugal, 1

Jogo no Gillette Stadium, em Foxborough, Estados Unidos.
Assistência: 56.292 espectadores.

México Jesus Corona (Guillermo Ochoa, 46), Paul Aguilar, Francisco Javier Rodriguez, Rafael Márquez, Héctor Moreno, Miguel Layún, José Juan Vázquez, Héctor Herrera (Javier Aquino, 85), Andrés Guardado (Marco Fabián, 78), Giovani Dos Santos (Javier Hernandez, 58) e Oribe Peralta (Alan Pulido, 78). Seleccionador: Miguel Herrera.

Portugal Eduardo, João Pereira (Ruben Amorim, 80), Bruno Alves, Luís Neto, André Almeida, Miguel Veloso, Fábio Coentrão (Rafa, 76), João Moutinho, Vieirinha (Varela, 58), Nani e Éder (Hélder Postiga, 64). Seleccionador: Paulo Bento.

Golo
0-1, Bruno Alves, 90+3 minutos.

Árbitro Jeffrey Solis (Costa Rica).
Amarelos Paul Aguilar (45), Bruno Alves (53), João Pereira (74), Luís Neto (79) e Héctor Herrera (83).