Uma em cada cinco crianças tem problemas psicológicos

O número de crianças com problemas psicológicos tem vindo a aumentar, mas apenas 10% a 15% cento destes jovens recebem ajuda profissional.

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Público (arquivo)

"Há um conjunto de situações de carácter psicológico e de saúde psicológica que estão a ter uma expressão muito significativa entre as crianças e os jovens e que não podemos continuar a ignorar", disse à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Baptista. Aproveitando o Dia Mundial da Criança, que se assinala no domingo, a Ordem dos Psicólogos apresentou uma compilação de dados de estudos portugueses e internacionais que revelam que os problemas psicológicos das crianças têm aumentado e que actualmente uma em cada cinco crianças sofre deste tipo de problemas.

"Se for considerada esta prevalência, numa sala de aula com 30 alunos, existiriam cerca de seis crianças com problemas de saúde psicológica", adianta a Ordem, estimando que apenas 10% a 15% dos jovens com problemas de saúde psicológica recebam ajuda. 

A falta de psicólogos não se faz sentir apenas nas escolas, segundo Telmo Mourinho Baptista, que lembra que no Serviço Nacional de Saúde existem apenas 84 psicólogos a trabalhar na área da saúde mental na infância e na adolescência. "Isto é obviamente muitíssimo pouco. Temos problemas que se agravam e recursos que são minúsculos para estas coisas", considerou, lembrando que nas escolas muitas vezes nem sequer é possível fazer este tipo de intervenção.

O bastonário considera também muito preocupante o número de crianças vítimas de bullying na escola (32% das crianças com 11 anos), bem como o número de raparigas (23% das raparigas com 11 anos, 29% com 13 anos e 35% com 15 anos) que refere sintomas somáticos e psicológicos como dores de cabeça e de estomago, irritação, mau humor, nervosismo ou dificuldades em dormir pelo menos uma vez por semana.

Entre os cinco e os 14 anos, o maior peso da doença na qualidade de vida deve-se às perturbações mentais e comportamentais, especialmente por depressão e ansiedade, revelam ainda os dados disponibilizados pela Ordem.
"O mais preocupante é ter jovens com depressão entre o 15 e os 19 anos. Sendo isso uma das principais causas de incapacidade entre os 10 e os 19 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde, sabemos qual é o impacto: a probabilidade de que se tornarem adultos com elevados níveis de depressão e ansiedade é três vezes maior", disse.

De acordo com um comunicado da Ordem dos Psicólogos, estes problemas na infância e na adolescência tem consequências duradouras ao longo da vida, como o baixo desempenho escolar, depressão e ansiedade, baixa auto-estima, abuso de álcool e drogas, delinquência e criminalidade.

Para a Ordem é imperioso investir mais em serviços de psicologia sob pena de existirem "muitos custos acrescidos e muitos danos adicionais do ponto de vista do psicológico e do bem-estar". "A situação está a agravar-se e não é atendida", sublinhou Telmo Mourinho Baptista.

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"Há um conjunto de situações de carácter psicológico e de saúde psicológica que estão a ter uma expressão muito significativa entre as crianças e os jovens e que não podemos continuar a ignorar", disse à agência Lusa o bastonário da Ordem dos Psicólogos, Telmo Mourinho Baptista. Aproveitando o Dia Mundial da Criança, que se assinala no domingo, a Ordem dos Psicólogos apresentou uma compilação de dados de estudos portugueses e internacionais que revelam que os problemas psicológicos das crianças têm aumentado e que actualmente uma em cada cinco crianças sofre deste tipo de problemas.

"Se for considerada esta prevalência, numa sala de aula com 30 alunos, existiriam cerca de seis crianças com problemas de saúde psicológica", adianta a Ordem, estimando que apenas 10% a 15% dos jovens com problemas de saúde psicológica recebam ajuda. 

A falta de psicólogos não se faz sentir apenas nas escolas, segundo Telmo Mourinho Baptista, que lembra que no Serviço Nacional de Saúde existem apenas 84 psicólogos a trabalhar na área da saúde mental na infância e na adolescência. "Isto é obviamente muitíssimo pouco. Temos problemas que se agravam e recursos que são minúsculos para estas coisas", considerou, lembrando que nas escolas muitas vezes nem sequer é possível fazer este tipo de intervenção.

O bastonário considera também muito preocupante o número de crianças vítimas de bullying na escola (32% das crianças com 11 anos), bem como o número de raparigas (23% das raparigas com 11 anos, 29% com 13 anos e 35% com 15 anos) que refere sintomas somáticos e psicológicos como dores de cabeça e de estomago, irritação, mau humor, nervosismo ou dificuldades em dormir pelo menos uma vez por semana.

Entre os cinco e os 14 anos, o maior peso da doença na qualidade de vida deve-se às perturbações mentais e comportamentais, especialmente por depressão e ansiedade, revelam ainda os dados disponibilizados pela Ordem.
"O mais preocupante é ter jovens com depressão entre o 15 e os 19 anos. Sendo isso uma das principais causas de incapacidade entre os 10 e os 19 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde, sabemos qual é o impacto: a probabilidade de que se tornarem adultos com elevados níveis de depressão e ansiedade é três vezes maior", disse.

De acordo com um comunicado da Ordem dos Psicólogos, estes problemas na infância e na adolescência tem consequências duradouras ao longo da vida, como o baixo desempenho escolar, depressão e ansiedade, baixa auto-estima, abuso de álcool e drogas, delinquência e criminalidade.

Para a Ordem é imperioso investir mais em serviços de psicologia sob pena de existirem "muitos custos acrescidos e muitos danos adicionais do ponto de vista do psicológico e do bem-estar". "A situação está a agravar-se e não é atendida", sublinhou Telmo Mourinho Baptista.