Médicos cubanos custam "o dobro" dos portugueses
Bastonário da Ordem dos Médicos diz que ministério devia contratar reformados para os centros de saúde.
O bastonário voltou apresentar uma proposta que, no seu entender, resolveria o problema da falta de médicos de família em Portugal. “Os médicos reformam-se hoje cerca de 10 anos mais cedo, por causa das medidas deste governo”, afirmou, sugerindo a contratação destes profissionais aposentados, enquanto não houver especialistas em número suficiente no país.
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O bastonário voltou apresentar uma proposta que, no seu entender, resolveria o problema da falta de médicos de família em Portugal. “Os médicos reformam-se hoje cerca de 10 anos mais cedo, por causa das medidas deste governo”, afirmou, sugerindo a contratação destes profissionais aposentados, enquanto não houver especialistas em número suficiente no país.
Apesar da “limpeza” e do aumento das listas de utentes dos médicos de família efectuados, no final de 2013 ainda havia 1,1 milhões de portugueses sem clínico assistente nos centros de saúde. Esta semana, o Ministério da Saúde abriu 250 vagas destinada aos profissionais que terminaram em Abril o internato da especialidade de Medicina Geral e Familiar. Estes médicos são cerca de 180 e aguardam desde Abril por colocação. Anunciou também que em breve 52 médicos cubanos vão reforçar vários centros de saúde.
Estas medidas não são, porém,suficientes para colmatar as lacunas nos cuidados de saúde primários, em grande parte porque em simultâneo as saídas de profissionais por reforma continuam a multiplicar-se.
Abrir mais vagas também já deu provas de que não basta. O concurso lançado em Abril para a contratação de duas centenas de médicos de família ficou aquém do que se pretendia. Segundo a Administração Central do Sistema de Saúde, foram apurados 105 profissionais, portanto cerca de metade do objectivo inicial. Mesmo assim, vão permitir dar médico a cerca de 200 mil pessoas.
O concurso foi alterado para possibilitar que médicos com vínculo ao SNS se candidatassem (desde que fossem para outras regiões). Dos seleccionados, 39 já estavam trabalhar no SNS, ainda que sem vínculo definitivo. Das 200 vagas abertas, a maior parte era para o Algarve (onde quase um terço da população não tem médico de família).