O regresso de Mondragón entre muitos estreantes trintões
O guarda-redes colombiano pode tornar-se, durante o Mundial do Brasil, no jogador mais velho a jogar no torneio, e destronar Roger Milla, que actuou em 1994 com 42 anos e 39 dias.
“Calamity” James era quem tinha o número 1 nas costas e no jogo seguinte, frente à Argélia, tornou-se no mais velho estreante em Mundiais de futebol. Há muitos trintões que podem estrear-se no torneio em 2014, nenhum com idade suficiente para bater o recorde de James no Brasil. Mas há um recorde de longevidade que poderá muito bem ser batido e passar dos pés de um avançado africano para as mãos de um guarda-redes sul-americano.
Dos dez jogadores mais velhos de sempre na história dos Mundiais de futebol, sete são guarda-redes, sendo que o que está no topo da lista é uma das excepções, o avançado camaronês Roger Milla, que, no Mundial de 1994, defrontou a Rússia com 42 anos e 39 dias. A marca de Milla pode muito bem ser batida a 14 de Junho próximo, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, quando a Colômbia defrontar a Grécia, no jogo inaugural do Grupo C. Na baliza colombiana poderá estar Faryd Mondragón, que, nesse dia, terá 42 anos, 11 meses e 25 dias de idade. E quando chegar ao jogo com o Japão, a 24, Mondragón já terá completado 43 anos.
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“Calamity” James era quem tinha o número 1 nas costas e no jogo seguinte, frente à Argélia, tornou-se no mais velho estreante em Mundiais de futebol. Há muitos trintões que podem estrear-se no torneio em 2014, nenhum com idade suficiente para bater o recorde de James no Brasil. Mas há um recorde de longevidade que poderá muito bem ser batido e passar dos pés de um avançado africano para as mãos de um guarda-redes sul-americano.
Dos dez jogadores mais velhos de sempre na história dos Mundiais de futebol, sete são guarda-redes, sendo que o que está no topo da lista é uma das excepções, o avançado camaronês Roger Milla, que, no Mundial de 1994, defrontou a Rússia com 42 anos e 39 dias. A marca de Milla pode muito bem ser batida a 14 de Junho próximo, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, quando a Colômbia defrontar a Grécia, no jogo inaugural do Grupo C. Na baliza colombiana poderá estar Faryd Mondragón, que, nesse dia, terá 42 anos, 11 meses e 25 dias de idade. E quando chegar ao jogo com o Japão, a 24, Mondragón já terá completado 43 anos.
Já não será a primeira vez que Mondragón joga num Mundial. Ele tinha 26 anos quando a Colômbia participou pela última vez no torneio, em 1998 – esteve nos convocados para o Mundial 1994, mas não chegou a jogar. Foi titular nos três jogos da fase de grupos, sofreu três golos e a participação colombiana no torneio ficou-se por ali, com uma vitória e duas derrotas. Dezasseis anos depois, este super-veterano com 24 anos de carreira em 11 clubes diferentes está nos eleitos do seleccionador José Pekerman, embora o escolhido para a baliza deva ser David Ospina, do Nice, que fez toda a fase de qualificação.
Mas, para Mondragón, já é um orgulho estar no Brasil, mesmo que não jogue um minuto. “Quem não gosta que lhes perguntem a idade são as mulheres, mas eu, a cada dia que passa, quando me perguntam, eu digo a minha idade ainda com mais orgulho. É um sonho para mim. Espero corresponder da melhor maneira”, diz o guarda-redes do Deportivo de Cali, o sobrevivente da geração dourada do futebol colombiano dos anos 1990, que tinha nomes como Asprilla, Valderrama ou Escobar.
Apenas 12 das 32 selecções divulgaram já as suas listas definitivas para o Mundial, mas nenhum dos seleccionadores abdicou de ter jogadores experientes entre os seus eleitos. Neste momento, ainda contando com as convocatórias alargadas, as selecções participantes no Mundial têm, no total, 194 jogadores com 30 ou mais anos. A selecção com mais trintões é o Irão de Carlos Queiroz, com 11, embora o técnico português ainda esteja a trabalhar com um grupo de 30 jogadores. No extremo oposto, são três as selecções com apenas um jogador acima dos 30 anos: Gana (Michael Essien, médio do AC Milan, 32 anos); Bélgica (Daniel van Buyten, defesa do Bayern Munique, 36); Coreia do Sul (Kwak Tae-Hwi, defesa do Al-Hilal, 32).
A selecção portuguesa, que já tem os 23 finais para o torneio, conta com nove trintões, sete deles já com experiência de jogar num Mundial – Eduardo, Bruno Alves, Pepe, Hugo Almeida, Ricardo Costa, Raul Meireles e Hélder Postiga. Já Beto, guarda-redes do Sevilha, esteve em 2010 na África do Sul mas não saiu do banco, enquanto João Pereira, lateral do Valência, só irá fazer, aos 30 anos, a sua estreia em Mundiais no Brasil.
Entre todas as listas, o colombiano Mario Yepes, com 38 anos, poderá ser o mais velho estreante no Mundial do Brasil. O veterano defesa-central da Atalanta, que passou por clubes como o River Plate, o PSG ou o AC Milan, já conta com 95 internacionalizações pela selecção do seu país e diz que só se irá retirar do futebol após o torneio. Para já, continua na lista alargada de Pekerman, com fortes possibilidades de se manter quando esta lista for reduzida para 23.
Nem todos os trintões deste Mundial são jogadores com várias dezenas de internacionalizações. Por exemplo, Rodrigo Muñoz, de 32 anos, nunca jogou pela selecção do Uruguai, mas é um dos três guarda-redes escolhidos por Óscar Tabarez. Ou Dejan Bandovic, guarda-redes de 31 anos que está na lista provisória da Bósnia sem nunca ter jogado um minuto pela sua selecção.
Chris Wondolowski, avançado de 31 anos e um dos 23 escolhidos por Jurgen Klinsmann para representar os EUA, só foi internacional aos 28. “Vamos ficando mais velhos e começamos a pensar se o nosso dia alguma vez vai chegar”, contava o avançado dos San Jose Earthquakes ao site da FIFA. Mas, 20 jogos pela selecção e nove golos depois, Wondolowski vai ter a oportunidade de brilhar no maior palco do futebol mundial. “Não sou o mais rápido, nem o mais forte, nem o avançado mais tecnicista que anda por aí. Como avançado tenho de marcar golos. Julguem-me por isso.”