Empresa SpaceX apresenta nave para levar astronautas ao espaço

Estados Unidos querem deixar de estar dependentes da Rússia para levar astronautas até à Estação Espacial Internacional.

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Em Julho de 2011, deu-se o último lançamento dos vaivéns espaciais dos Estados Unidos. Desde então, os astronautas da ageência espacial NASA passaram a depender exclusivamente das naves Soiouz russas, a um custo de cerca de 70 milhões de dólares (51,43 milhões de euros) por astronauta, por voo até à ISS.

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Em Julho de 2011, deu-se o último lançamento dos vaivéns espaciais dos Estados Unidos. Desde então, os astronautas da ageência espacial NASA passaram a depender exclusivamente das naves Soiouz russas, a um custo de cerca de 70 milhões de dólares (51,43 milhões de euros) por astronauta, por voo até à ISS.

A nova nave Dragon V2 agora apresentada é capaz de transportar sete astronautas de uma vez e “representa um verdadeiro salto tecnológico”, declarou o Elon Musk, fundador e director-executivo da SpaceX. O multimilionário apresentou o protótipo à comunicação social na sede da empresa em Hawthorne, perto de Los Angeles, na Califórnia.

A nave branca Dragon V2 é parecida com a ponta de uma bala tal como a nave Dragon 1, apesar de o novo aparelho ser mais estreito. Em 2012, a Dragon 1 foi a primeira nave privada a atracar-se à ISS. Desde então já fez mais três missões levar largar carga à estação, no âmbito de um contrato com a NASA.

“O Dragon V2 poderá aterrar em qualquer ponto da Terra com a precisão de um helicóptero”, disse Elon Musk, citado pela agência AFP. Nas novas missões, este aparelho não utilizará pára-quedas, a não ser que haja um problema nos foguetes utilizados na aterragem. Esta nova forma de aterragem permitirá uma reutilização rápida destas cápsulas, o que é uma forma importante de poupar dinheiro, explicou o multimilionário.

“Se continuarmos a deitar fora foguetões e naves, nunca poderemos ter um verdadeiro acesso ao espaço. Será sempre [um projecto] incrivelmente caro. Se os aparelhos são sempre deitados ao lixo em cada voo, ninguém poderia voar… ou muito poucos”, defendeu o empresário, citado pela agência Reuters.

A SpaceX é uma das quatro empresas escolhidas pela NASA, juntamente com a Boeing, a Sierra Nevada e a Blue Origin, para desenvolver uma nave capaz de transportar os astronautas à ISS, no contexto de uma parceria entre os sectores privado e público.

"O trampolim não será necessário"
A pressão para pôr uma nave americana a voar o mais rapidamente possível agravou-se depois das crescentes tensões entre Moscovo e Washington devido à crise na Ucrânia.

Em Março de 2014, o administrador da NASA, Charles Bolden, pressionou o Congresso norte-americano para dar à NASA já todo o orçamento de 2015 para a agência espacial poder financiar a parceria com o sector privado para construir naves capazes de transportar os astronautas. Para Charles Bolden, é “inaceitável” que os Estados Unidos dependam da Rússia para voar.

Numa crítica às sanções norte-americanas contras a indústria espacial russa – feitas pelos Estados Unidos como reacção ao comportamento dos dirigentes russos na Ucrânia –, o primeiro-ministro russo, Dmitry Rogozin, sugeriu que “os Estados Unidos utilizassem um trampolim para colocar os astronautas na ISS” porque as Soiuz talvez não pudessem transportar mais norte-americanos.   

Em resposta, Elon Musk escreveu na sua conta do Twitter “que o momento de apresentar a nova Dragon V2 desenvolvida pela SpaceX juntamente com a NASA era agora oportuno… o trampolim não será necessário!”

Por seu lado, a NASA está a trabalhar no aperfeiçoamento da cápsula Orion, que deverá transportar astronautas até um asteróide e Marte.

A SpaceX fez um contrato de 1600 milhões de dólares (1180 milhões de euros) com a NASA para 12 missões de transporte de carga à ISS – e três já foram executadas com sucesso.

A agência espacial norte-americana também assinou um contrato de 1900 milhões de dólares (1400 milhões de euros) com a Orbital Sciences Corporation para o fornecimento de carga à ISS. A cápsula Cygnus, da empresa, já fez a primeira entrega em Janeiro de 2014.