Sem fazer referência directa ao PS, o líder do PSD lembrou as forças políticas que “não têm nenhum projecto de futuro, a não ser repor isto e repor o outro”, para tentar mobilizar as hostes sociais-democratas com uma receita. “Precisamos de melhorar a comunicação, de ter um pouco mais de tempo de estar ao pé das pessoas que têm os seus problemas, os seus dramas”, afirmou, sugerindo que “os membros do Governo” arranjem “tempo para atender telefonemas” e os senhores deputados “tempo para atender” associações e outras instituições.

Sem fazer referência directa ao PS, o líder do PSD lembrou as forças políticas que “não têm nenhum projecto de futuro, a não ser repor isto e repor o outro”, para tentar mobilizar as hostes sociais-democratas com uma receita. “Precisamos de melhorar a comunicação, de ter um pouco mais de tempo de estar ao pé das pessoas que têm os seus problemas, os seus dramas”, afirmou, sugerindo que “os membros do Governo” arranjem “tempo para atender telefonemas” e os senhores deputados “tempo para atender” associações e outras instituições.

Dizendo que o partido, “a seu tempo”, terá de se posicionar para "ganhar as legislativas", Passos Coelho deixou também o tom com que os sociais-democratas devem executar o seu trabalho político: "Temos de ser humildes, mas não temos de mostrar embaraço com o que fizemos. Não há nenhuma razão para euforias, mas devemos mostrar satisfação pelos resultados.”

Numa mensagem que pode ser entendida como um recado ao Tribunal Constitucional, o primeiro-ministro dirigiu-se aos “responsáveis que têm decisões importantes nas mãos para o futuro do país”. E disse que é preciso que “compreendam” que o que o Governo fez nos últimos três anos “não foi porque a troika impôs", mas sim porque “era preciso tirar o país da emergência”. Os que não compreendem isto “comprometem aspirações legítimas de recuperação sustentada da nossa economia e da nossa credibilidade”.

Quanto à questão da coligação pré-eleitoral, Passos Coelho remeteu-a para mais tarde e assumiu que a resolverá em conjunto com o líder do CDS, Paulo Portas.

Ao que o PÚBLICO apurou, a aliança pré-eleitoral com o CDS não foi discutida na comissão política do PSD, que decorreu horas antes deste conselho nacional. Falou-se mais de PS. O registo geral das intervenções foi o de um PSD que começa a acreditar que é possível ganhar as legislativas, apesar de reconhecer que o resultado das europeias foi fraco. Uma das conclusões é que até 2015 o Governo tem de dar sinais de recuperação e uma atenção especial aos reformados.

Pelo contrário, no CDS vários membros da comissão política nacional do partido defenderam já nesta terça-feira à noite que o partido devia apresentar-se coligado com o PSD nas próximas eleições legislativas. A tese da aliança pré-eleitoral acontece num momento de desafio a António José Seguro no PS, cuja liderança os partidos da maioria não querem beliscar.

Os deputados da maioria mostram-se, efectivamente, muito cautelosos sobre a mudança de líder no PS. Na comissão política nacional do CDS, Paulo Portas pediu aos centristas para se conterem nos comentários sobre as questões internas no PS. Já esta quarta-feira, no período de declarações políticas, que giraram em torno das eleições europeias, o social-democrata Miguel Santos disse esperar que, “dentro das normas estatutárias, o PS se organize assim como os militantes queiram”. 

Pelo CDS, o porta-voz do partido, Filipe Lobo d´Ávila, fez eco das conclusões da comissão política nacional, apontando a necessidade de a maioria “rectificar o caminho para recuperar a confiança dos portugueses”. Mas absteve-se de falar num dos temas da comissão política que foi abordado por alguns centristas: a necessidade de coligação pré-eleitoral com o PSD.

Ao que o PÚBLICO apurou, Paulo Portas disse, no entanto, na reunião que decorreu à porta fechada, não ser este o momento para debater a questão. O líder do CDS não se quer comprometer neste momento com qualquer coligação pré-eleitoral, mas muitos centristas consideram inevitável que, no final da legislatura, os dois partidos assumam uma candidatura conjunta.