Maioria PSD/CDS atenta a “debate interno” socialista
Líder parlamentar do PS Alberto Martins defendeu a "tradição" parlamentar de "não se discutir a democracia interna dos outros partidos".
"Estas eleições europeias ficam marcadas pela maior derrota de sempre da direita e punem, justamente, o Governo mais radical da nossa história democrática. Foi uma hecatombe eleitoral. [PSD e CDS] Partiram com três milhões de apoio, quando constituíram Governo, e verifica-se que os dois partidos da maioria perderam mais de meio milhão de votos desde as últimas europeias", disse o líder parlamentar do partido "rosa", Alberto Martins, em declaração política.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
"Estas eleições europeias ficam marcadas pela maior derrota de sempre da direita e punem, justamente, o Governo mais radical da nossa história democrática. Foi uma hecatombe eleitoral. [PSD e CDS] Partiram com três milhões de apoio, quando constituíram Governo, e verifica-se que os dois partidos da maioria perderam mais de meio milhão de votos desde as últimas europeias", disse o líder parlamentar do partido "rosa", Alberto Martins, em declaração política.
O deputado socialista criticou as "políticas austeritárias" e afirmou que o PS fora um "vencedor inequívoco, com uma vantagem clara, conseguida num contexto eleitoral muito próprio, que favoreceu uma relativa dispersão dos votos por outras forças políticas", acrescentando que "o Governo actual está esgotado" e "só a vitória de uma nova maioria pode devolver a esperança aos portugueses".
"Esta maioria sofreu uma derrota, admitimo-lo, assumimo-lo, numas eleições muito difíceis, depois de três anos em que Portugal e este Governo foram obrigados a superar provas muito dramáticas. Cumprimos o nosso papel, fizemos o que tínhamos de fazer", assumiu o social-democrata Carlos Abreu Amorim, embora afirmando que "não é a maioria e o Governo que se encontra em crise de identidade, nem em debates internos dos quais não se sabe o desfecho".
O deputado do CDS-PP Telmo Correia sublinhou uma "evidente discrepância" entre as proclamações de vitória dos socialistas e a leitura da realidade do "dia seguinte".
"O centro-direita perdeu as eleições, o PS ganhou. Muitos parabéns, mas não deixo de registar que a sua declaração triunfal não parece ter gerado um entusiasmo por parte da sua bancada tão triunfal assim. Fiquei com a sensação de que muitos dos seus camaradas já estão no debate seguinte, no dia seguinte. O PS teve um vitória, mas não o triunfo que o seu cabeça de lista antevia. Os eleitores do centro-direita ficaram em casa e não se juntaram ao PS", completou.
Alberto Martins defendeu a "tradição" parlamentar de "não se discutir a democracia interna dos outros partidos".
O líder parlamentar do PCP, João Oliveira, lamentou também que "os partidos da direita façam da abstenção e da situação interna do PS" uma desculpa "para recusarem a derrota e manter-se em funções" [no Governo], perante "a mais pesada derrota da direita, com os dois partidos, separados ou coligados".
Antes, o deputado do PSD António Rodrigues tinha elogiado a confirmação do Partido Popular Europeu como o "maior partido" em Bruxelas e Estrasburgo, desejando a escolha do luxemburguês Jean Claude Junker para presidente da Comissão Europeia.
"A elevada abstenção em Portugal e o avanço de partidos extremistas e eurocéticos farão do Parlamento Europeu um espaço de profundo debate e contradição. Mais de 50% de abstenção na Europa, dois terços em Portugal e 250 mil votos brancos ou nulos. Quase 70% dos cidadãos não se pronunciou expressamente", alertou ainda António Rodrigues na sua declaração política.
A democrata-cristã Cecília Meireles também expressou preocupação para com "fenómenos extremistas, tanto à direita como à esquerda e o fenómeno das pessoas que ficaram em casa".
António Rodrigues acusou ainda o PCP de só ser "capaz de discutir política nacional" quando o sufrágio não era "para ninguém", prometendo que, "quando houver eleições para prestar contas", a maioria estará presente no debate, depois de o comunista António Filipe ter afirmado que os resultados se deveram ao "descontentamento claríssimo e repúdio veemente da política do Governo".