Fhold é "a preguiça mais útil de sempre"
Esta base de computador feita em cartão pretende dominar o mundo, um portátil de cada vez. Leve, compacta e barata, procura financiamento no crowdfunding para procriar
Ricardo Martins, André Martins e Joel Araújo são três designers de Aveiro que têm como objectivo o "simples e modesto domínio do mundo através da procrastinação." Dez meses de desenhos e protótipos levaram à concepção de Fhold, uma base de computador para os amantes do conforto e da preguiça que lutam contra o sobreaquecimento dos portáteis e as dores de costas.
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Ricardo Martins, André Martins e Joel Araújo são três designers de Aveiro que têm como objectivo o "simples e modesto domínio do mundo através da procrastinação." Dez meses de desenhos e protótipos levaram à concepção de Fhold, uma base de computador para os amantes do conforto e da preguiça que lutam contra o sobreaquecimento dos portáteis e as dores de costas.
Fhold, nomeada pela equipa "a preguiça mais útil de sempre", é uma base de computador fácil de montar, leve, compacta, barata, transportável e reciclável. Como é feita de cartão canelado, pode ser personalizada pelo utilizador, com desenhos, fotografias ou autocolantes. As dobras da base permitem que o ar circule com facilidade, arrefecendo o computador e impulsionando a sua performance, mesmo em longos períodos de utilização.
Quanto à escolha do material, André Martins diz que o cartão era "o único que [para além do factor ecológico] tinha como características a leveza e espessura reduzida (essencial para o factor portabilidade) assim como a capacidade mecânica de sustentação do computador". À semelhança de outros designers, a equipa pretendia alterar o paradigma de que o cartão só "serve para embalar".
A base de computador existe em três modelos, inspirados em três espécies distintas de preguiças: o Fhold-Pale, de utilização doméstica que será, em várias cores, vendido em lojas de produtos semelhantes; o Fhold-Linne, uma derivação de merchandising que permite a marcas personalizá-lo de acordo com o seu branding e público-alvo; e o Fhold-Pigmy, uma base de colecção decorada por designers, artistas e arquitectos.
Licenciados em Design pela Universidade de Aveiro entre 2010 e 2011, Ricardo, André e Joel conceberam o Fhold pela necessidade de colocar os computadores numa posição mais confortável para o utilizador. "Sabíamos que queríamos fazer um produto utilitário, acessível e sustentável, no entanto encontrávamo-nos num bloqueio criativo que foi resolvido quando surgiu o conceito da base para computadores em cartão", conta André Martins. O utilizador padrão da Fhold, a típica "preguiça", utiliza o computador constantemente, para "trabalhar, estudar, jogar ou simplesmente procrastinar".
Até 19 de Junho, o Fhold está no centro de uma campanha de Crowdfunding na plataforma Massivemov. O objectivo é conseguir arrecadar 6.500€ em 30 dias para impulsionar a produção das bases para computador. Três meses depois do fim da campanha, serão enviados os respectivos pedidos para todas as "preguiças" que contribuíram para a continuação do projecto. Actualmente, a Fohld enquadra-se na Incubadora de Empresas da Universidade de Aveiro, depois de ter surgido, em 2010 pela mão de Ricardo e André Martins.
A longo prazo, a equipa pretende estender a marca a outros objectos utilitários para provar que "a preguiça não tem de ser necessariamente uma coisa má". Quanto ao futuro da "preguiça mais útil de sempre", André Martins acrescenta: "O Fhold apresenta-se como o nosso cartão-de-visita, no entanto está também ponderado um alargamento da família Fhold, quer com outros modelos para computadores, assim como com a criação de acessórios para tablets e/ou smartphones."
Texto editado por Luís Octávio Costa