Um mineiro muito maluco!
Manic Miner, lançado em 1983, conseguiu colocar uma geração inteira a tentar salvar um mineiro das entranhas da terra até encontrar o seu caminho até a superfície
Corria o ano de 1982 quando o ZX Spectrum da Sinclair Research foi lançado nas lojas britânicas. Havia duas versões, uma com 16KB RAM e outra com 48KB RAM. Escusado será dizer que esta última foi a que se tornou mais popular, não só no Reino Unido, mas também em outros países europeus.
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Corria o ano de 1982 quando o ZX Spectrum da Sinclair Research foi lançado nas lojas britânicas. Havia duas versões, uma com 16KB RAM e outra com 48KB RAM. Escusado será dizer que esta última foi a que se tornou mais popular, não só no Reino Unido, mas também em outros países europeus.
Segundo reza a “lenda”, em menos de um ano, só no Reino Unido, havia mais de 300 empresas a apoiar o pequeno microcomputador da Sinclair. Claro que a grande parte desse suporte eram jogos, e um deles tornou-se quase num hino de tudo o que o Spectrum representava. Manic Miner, lançado em 1983, conseguiu colocar uma geração inteira a tentar salvar um mineiro das entranhas da terra até encontrar o seu caminho até a superfície.
Manic Miner é uma criação de Mathew Smith, um então excêntrico programador, apreciador da loucura saudável dos Monty Phython e claro, com um espirito irreverente. Não é por isso surpreendente que a demanda do nosso mineiro o leva a combater, ou evitar, sanitas, telefones voadores e criaturas de aspecto bem bizarro. Uma verdadeira maluquice!
Outras das características únicas de Manic Miner era a sua música. Uma variação do “In the Hall of the Mountain King” de Edvard Grieg que decorria não só no menu principal, mas também durante o jogo! Uma inovação para a época e que se julgava impossível de fazer devido as limitações do ZX Spectrum.
Com a imensa popularidade do jogo, mais versões foram publicadas noutros computadores, como no Amstrad CPC, Dragon 32, Commodore 16, MSX, e até em sistemas de outra geração como o Commodore Amiga, Playstation, Game Boy Advance, Nintendo DS... entre muitos outros.
Quanto a Matthew Smith, em 1984, lançou Jet Set Willy, com igual sucesso, tendo nos anos seguintes desenvolvido mais jogos que infelizmente não tiveram a mesma sorte, e no final da década praticamente desapareceu do mapa, sabendo-se apenas que tinha emigrado. Smith tornou-se quase um mito urbano, com boatos sobre o seu paradeiro, indo desde trabalhador numa doca na Islândia, até empregado de café em Roterdão. Só no final dos anos 90, Smith voltou à sua pátria e ficou maravilhado com o apoio e carinho ainda dado ao Manic Miner e Jet Set Willy. Desde então regressou à indústria dos videojogos, onde continua a desenvolver projectos.
Manic Miner, graças a todas as conversões ainda “vive” entre nós, seja através dum simples emulador, em consolas recentes ou até num qualquer serviço mobile. Ainda hoje é possível ajudar este mineiro muito maluco!