Rugby Photo Store: os rostos por trás das imagens

A página do Facebook do grupo, criada para partilhas de fotos de amantes de râguebi, cresce a cada dia e está perto de atingir os cinco mil “gostos”

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Filipe Monte

Para cada imagem que existe, é quase certo que há sempre uma pessoa por trás de uma lente para captar o momento. As motivações podem ser várias e, no caso dos membros da página do Facebook “Rugby Photo Store”, a paixão pelo râguebi é o único incentivo.

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Para cada imagem que existe, é quase certo que há sempre uma pessoa por trás de uma lente para captar o momento. As motivações podem ser várias e, no caso dos membros da página do Facebook “Rugby Photo Store”, a paixão pelo râguebi é o único incentivo.

Nenhum dos membros é fotógrafo de profissão, tão pouco recebe qualquer valor monetário para acompanhar os jogos. Todos têm as suas profissões e afazeres fora do campo, mas investem tempo e energia em prol da modalidade. Eles querem ser os olhos dos amantes do râguebi.

No início, havia apenas um conjunto de indivíduos que captavam imagens dos jogos por razões distintas. Com o tempo, e em virtude do reconhecimento que os fotógrafos amadores foram adquirindo, Aguinaldo Vera-Cruz, Miguel Rodrigues e António Simões dos Santos decidiram criar uma página no Facebook para aglomerar as diversas fotografias numa única plataforma: o “Rugby Photo Store”. “Foi uma coisa de café”, explica Aguinaldo, consultor informático e um dos co-fundadores. “Criamos para mostrar as fotografias e publicitar o râguebi, que tem pouca visibilidade em Portugal”, salienta.

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Adepto do CDUL, Aguinaldo entrou no mundo das câmaras aos 15 anos, mas só começou a fotografar jogos de râguebi em 2012 (até então eram apenas paisagens). “Foi na final do campeonato do meu clube com a Agronomia que levei a máquina pela primeira vez e gostei da brincadeira”, comenta. O campeonato acabou, mas o “bichinho” da fotografia não. Desse modo, Aguinaldo continuou a acompanhar o CDUL e desbravou-se a ponto de começar também tirar fotos de outras equipas a partir de 2013.

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Ao contrário do colega, Miguel Rodrigues nunca se tinha aventurado no universo dos pixels antes de começar a capturar com a câmara alguns dos momentos dos jogos de râguebi. Igualmente adepto do CDUL, só começou a fotografar depois de ter aceitado o pedido da direcção dos “universitários” de Lisboa para que sua empresa patrocinasse o clube. “Passei a tirar fotografias para aumentar o reconhecimento da minha empresa e, claro, do râguebi. Tentamos dar alguma exposição mediática, o que acho que tem vindo a acontecer. Hoje já temos mais de 4800 ‘gostos’ na nossa página do facebook”, aponta.

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E foi este crescimento significativo da página que levou a que o número de parceiros crescesse. João Peleteiro é um dos que colabora pontualmente com a página. O gestor, que tira fotografias da modalidade há três anos, explica que começou a fazê-lo por os seus filhos jogarem no Direito. “Foi a partir daí que a coisa começou a ter alguma dimensão”, revela Peleteiro, que há um ano criou seu próprio site para divulgar as suas fotos. “O que me levou a colaborar com este projecto é o facto de ter miúdos a jogar, adorar fotografia, e como o râguebi é um desporto muito fotogênico é a junção dos dois motivos anteriores. Quer pela parte do jogo em si, quer pelas emoções, pelo contacto, e pelas condições, como a chuva e a lama, fotografar torna-se uma tarefa desafiadora e recompensadora.”

Inserida neste universo, muitas vezes associado ao sexo masculino, está a professora Teresa Mendes Vitorino, a embaixadora das mulheres numa “horda” de homens. Tudo começou com algumas filmagens a pedido do treinador do Vitória de Setúbal, clube onde o seu irmão joga, e veio a ganhar dimensão, a posteriori, na fotografia. Com o passar do tempo, Teresa foi “investindo na máquina e na qualidade do seu trabalho”, que foi recompensado com o convite, em meados de 2013, para fazer parte do grupo do Rugby Photo Store. Hoje, acompanha os jogos do Sporting, o clube do seu coração, e é, segundo Aguinaldo, a par de Filipe Monte, “um dos membros mais activos da equipa”.

Quando questionada como se consegue inserir num ambiente teoricamente voltado para os homens, Teresa revela que pensa da maneira oposta: “Já ando lá há muitos anos. Não penso que seja um desporto para homens e é importante estar alguém lá a dar um toque feminino”.

Seja num mundo de homens ou mulheres, os membros do Rugby Photo Store têm contribuído para difundir cada vez mais o râguebi em Portugal e para mostrar às pessoas aquilo que, muitas vezes, não se consegue ver das bancadas.