Inaugurado monumento a Maria José Nogueira Pinto
Homenageada foi deputada pelo CDS-PP e vereadora da Câmara Municipal de Lisboa. Foi a proponente do programa de revitalização da Baixa Lisboeta, ainda hoje incompleto.
Maria José Nogueira Pinto, conhecida entre os seus amigos como “Zézinha”, é descrita como uma mulher que amava acima de tudo Lisboa e o serviço público. Proponente da revitalização da Baixa da Cidade, trabalhou incansavelmente para transformar a zona do Chiado, Terreiro do Paço, Bairro Alto e Cais do Sodré num espaço renovado que atraísse as empresas e famílias. Até à sua morte em 2011, devido a um cancro no pâncreas, continuou a escrever para o Diário de Notícias, onde era cronista, e a exercer as suas funções como comentadora da SIC Notícias e autarca enquanto a doença lhe permitiu.
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Maria José Nogueira Pinto, conhecida entre os seus amigos como “Zézinha”, é descrita como uma mulher que amava acima de tudo Lisboa e o serviço público. Proponente da revitalização da Baixa da Cidade, trabalhou incansavelmente para transformar a zona do Chiado, Terreiro do Paço, Bairro Alto e Cais do Sodré num espaço renovado que atraísse as empresas e famílias. Até à sua morte em 2011, devido a um cancro no pâncreas, continuou a escrever para o Diário de Notícias, onde era cronista, e a exercer as suas funções como comentadora da SIC Notícias e autarca enquanto a doença lhe permitiu.
“Acho que descobri a política – como amor da cidade e do seu bem – em casa”, lê-se no monumento, ao lado de um baixo-relevo da cara em perfil da autarca. Em sua honra foi também criado o prémio Maria José Nogueira Pinto em Responsabilidade Social, atribuído pela primeira vez o ano passado ao projecto Sobre R@das da Associação de Defesa do Património de Mértola, que leva apoio a idosos isolados na planície alentejana.
Militante de partidos da direita, primeiro pelo CDS-PP e depois pelo PSD, e uma católica fervorosa, Maria José Nogueira Pinto é descrita pelo marido, Jaime Nogueira Pinto, como uma mulher de fortes ideais e valores que sempre estudou as consequências antes de avançar com um projecto, uma “menina aplicada” e um “exemplo de amor à comunidade”. Tinha uma “paixão lúcida pelo serviço público” e nunca, diz o marido, se viu medo nela, só pelos outros, fosse na morte, na doença, derrota ou humilhação. Era sempre forte e decidida, recordou. Nogueira Pinto espera que o monumento e o seu exemplo sirvam para iluminar o caminho de outros.
Sobre a obra, Rui Sanches afirma que tem duas vertentes, uma ligada à cidade e ao amor da construção pelo espaço público, e outra tentando reflectir o carácter de Maria José Nogueira Pinto, uma pessoa que descreve como “conservadora e filosoficamente idealista” apesar de só a conhecer por escritos e histórias de amigos. É isso que pretendeu transmitir através das linhas rectas, quase severas da estrutura convidativamente inacabada, que espera vir a tornar-se um espaço público para que todos o possam desfrutar. O monumento começou, alíás, a ser utilizado mesmo antes da sua inauguração: no passado fim-de-semana já eram visíveis cartões no seu interior, denunciando a presença nocturna de sem-abrigo.
António Costa exaltou as virtudes da vereadora e afirmou que nunca esquecerá o último almoço que partilhou com ela, no qual sentiu a despedida que ela lhe vinha dar. Disse desejar que o espaço possa vir a inspirar mais pessoas a seguir o exemplo da ex-autarca. Foi depois destas palavras e deste momento que o presidente da câmara anunciou a sua disponibilidade à liderança do Partido Socialista.
Texto editado por Ana Fernandes