Moção de censura do PCP contra uma maioria que governa acima das suas possibilidades
Comunistas de olhos postos nas urnas pedem legislativas antecipadas.
"Esta maioria governa acima das suas possibilidades, acima da sua base política e social de apoio", disse esta segunda-feira o líder parlamentar comunista. Sem subterfúgios sobre o objectivo imediato do documento: "O PCP apresenta esta moção de censura com os objectivos imediatos da demissão do Governo e da convocação de eleições legislativas antecipadas".
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"Esta maioria governa acima das suas possibilidades, acima da sua base política e social de apoio", disse esta segunda-feira o líder parlamentar comunista. Sem subterfúgios sobre o objectivo imediato do documento: "O PCP apresenta esta moção de censura com os objectivos imediatos da demissão do Governo e da convocação de eleições legislativas antecipadas".
Para o líder da bancada comunista, os resultados expressos nas urnas este domingo pelos portugueses, revelam que os partidos da direita coligados (PSD e CDS) obtiveram 27% dos votos, o que corresponde a "um isolamento social e político do Governo PSD/CDS". Assim, a composição actual do Parlamento com mais de 50% de deputados sociais-democratas e centristas não corresponde à vontade do país.
"Se esta maioria está convencida que tem o apoio dos portugueses, não terá medo de ir a eleições", desafiou João Oliveira. Questionado sobre o "frete à direita" com que o secretário-geral do PS, António José Seguro, classificou a moção dos comunistas, anunciando de seguida o voto a favor dos socialistas, Oliveira respondeu: "É uma moção de censura contra o Governo, se o PS entende meter-se no meio, lá saberá..."
Para esta sexta-feira estava convocado o debate quinzenal com o primeiro-ministro no Parlamento. A moção de censura do PCP dará entrada formal nos serviços da Assembleia da República esta terça-feira, obrigando o regimento a que seja discutida no prazo máximo de três dias. Assim sendo, a moção dos comunistas empurra, pelo menos, para a semana que vem o debate quinzenal. O tema estará na agenda da conferência de líderes parlamentares que se realiza esta terça-feira.