Recuperação da Britalar deverá passar pela transferência de controlo para o fundo Vallis

Plano de viabilização da empresa de Braga, aprovado na semana passada, prevê alienação de 100% do capital.

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Pedro Gonçalves preside à Elos, empresa que já adquiriu várias construtoras. Foto: Miguel Manso

A transferência do capital, avançada ontem pelo Diário Económico, fará com que António Salvador, presidente do Sporting Clube de Braga, deixe de ser dono da Britalar. “Está em causa a alienação de 100% do capital ao Fundo de Consolidação do Sector da Construção [controlado pela Vallis]”, confirmou Pedro Gonçalves, referindo que “a decisão ainda não transitou em julgado”, pelo que “só nessa altura serão feitas declarações”. O gestor disse, no entanto, que acredita que a operação se vai concretizar. “Não deverá haver impedimentos”, afirmou.

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A transferência do capital, avançada ontem pelo Diário Económico, fará com que António Salvador, presidente do Sporting Clube de Braga, deixe de ser dono da Britalar. “Está em causa a alienação de 100% do capital ao Fundo de Consolidação do Sector da Construção [controlado pela Vallis]”, confirmou Pedro Gonçalves, referindo que “a decisão ainda não transitou em julgado”, pelo que “só nessa altura serão feitas declarações”. O gestor disse, no entanto, que acredita que a operação se vai concretizar. “Não deverá haver impedimentos”, afirmou.

De acordo com o Diário Económico, a transferência de capital consta na versão final do plano apresentado e aprovado pelos credores, numa assembleia ocorrida na passada quinta-feira, no 3º juízo do Tribunal Judicial de Braga. O acordo já terá sido homologado judicialmente, decorrendo agora um prazo para reclamações, que termina a 10 de Junho. A partir dessa data, o negócio poderá ser consumado.

A Britalar apresentou-se ao PER, um mecanismo alternativo à insolvência e destinado a empresas em dificuldades financeiras, com 64 milhões de euros de dívidas, reclamadas por cerca de 600 credores. Mais de metade dos créditos são exigidos por seis bancos – BES, BCP, CGD, Banif, Montepio e BPI. Deste grupo, o BPI, que reclama 3,7 milhões de euros, votou contra o plano. As dívidas da construtora ao sector público (administração fiscal e Segurança Social) ascendem a 2,5 milhões de euros.

A Britalar foi criada em 1994, para operar no sector da construção civil e obras públicas em Portugal. Nos últimos anos, e paralelamente à actividade de construção, o grupo diversificou a carteira negócios à promoção imobiliária, parques de estacionamento, turismo, ambiente, serviços e saúde. Além disso, alargou a sua operação em países como França, Moçambique e Brasil. Actualmente, emprega cerca de 50 trabalhadores. 

Os braços do fundo
O fundo de consolidação do sector da construção, constituído em 2012, é detido pela Vallis Consolidation Strategies, por sua vez controlada pela Vallis Capital Partners, private equity criada em 2010 por Eduardo Rocha e que tem interesses em muitas outras áreas de negócio. Ainda no final do ano passado, investiu no negócio das clínicas dentárias, com a compra de 50% da 32 Senses. 

Na construção, a Vallis adoptou recentemente a marca Elevo para reunir os investimentos que tem feito nos últimos dois anos. A primeira aquisição foi a Edifer, em Março de 2012, seguindo-se a Hagen, a Monte Adriano e a Eusébios. A Britalar será a próxima, se a operação aprovada pelos credores avançar.

A sociedade gestora do fundo é detida pela Vallis e pela equipa de gestão. No entanto, o fundo da construção também conta com a participação accionista de quatro bancos: Caixa Geral de Depósitos, BES, BCP e Banif.