Moody’s alerta para impacto da situação financeira da holding do BES
Agência de rating manteve a nota de sete bancos portugueses, incluindo a do banco liderado por Ricardo Salgado.
A decisão da Moody’s foi publicada nesta segunda-feira e abrange sete bancos a operar no mercado português: o BES, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Banco Comercial Português (BCP), o Banco Português de Investimento (BPI), o Santander Totta, o Montepio Geral e o Banco Internacional do Funchal (Banif).
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A decisão da Moody’s foi publicada nesta segunda-feira e abrange sete bancos a operar no mercado português: o BES, a Caixa Geral de Depósitos (CGD), o Banco Comercial Português (BCP), o Banco Português de Investimento (BPI), o Santander Totta, o Montepio Geral e o Banco Internacional do Funchal (Banif).
Nenhum rating, nem as perspectivas de evolução sofreram alterações. Cinco bancos continuam sob tendência “negativa” – as excepções são o BPI e o Santander Totta, que já passaram de uma perspectiva “negativa” para “estável”.
Para a agência norte-americana, uma das três que lideram o mercado de rating a nível mundial, a situação dos bancos portugueses não se alterou mesmo depois de a notação atribuída à República portuguesa ter subido na escala de avaliação. O rating passou de Ba2 para Ba3, continuando a estar classificado num nível especulativo (conhecido como “lixo” financeiro), ou seja, abaixo de um grau de investimento.
O caso do banco presidido por Ricardo Salgado é enfatizado pela agência de notação norte-americana pelo facto de terem sido identificados na ESI – holding do Grupo Espírito Santo – “problemas financeiros e irregularidades contabilísticas”. Em causa estão as conclusões de uma auditoria da consultora da KPMG, feita a pedido do Banco de Portugal, que detectou irregularidades na gestão da ESI (dona da Espírito Santo Financial Group, que detém uma posição de cerca de 27% no capital do BES).
A auditoria apontou para uma situação financeira “grave”, detectando dívida não contabilizada e identificando situações de consolidação incompleta de várias holdings. O receio de que as situações identificadas se reflictam no banco leva a agência de rating a ficar de sobreaviso em relação à notação da dívida e de depósitos do BES. A Moody’s vai continuar a monitorizar a situação “com atenção para avaliar algum potencial impacto no rating individual do BES”, sublinha na nota publicada nesta segunda-feira.
O rating do BES, idêntico à nota atribuída à CGD e ao BPI, mantém-se no nível Ba3; o Santander Totta, com a nota Ba1, está dois pontos acima; pelo contrário, o BCP permanece na nota B1 (um lugar abaixo da nota do BES), seguindo-se em sentido descendente o Montepio, com a avaliação B2, e o Banif, no patamar mais baixo, na nota Caa1. A escala de avaliação da Moody’s distribuiu-se por 21 níveis de avaliação, subdivididos a partir de três grandes patamares de classificação, que vão do grupo A (a mais elevado) ao grupo C.