Dez mortos em ataque da Al-Shabab ao Parlamento da Somália
Grupo ligado à Al-Qaeda tem aumentado os atentados em Mogadíscio - diz que o edifício é um alvo militar.
Os atentados foram reivindicados pela milícia terrorista islâmica Al-Shabab, cujos homens atacaram de seguida o edifício — os combates, entre os islamistas e a polícia somali auxiliada por tropas da União Africana, prosseguiam ao início da noite.
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Os atentados foram reivindicados pela milícia terrorista islâmica Al-Shabab, cujos homens atacaram de seguida o edifício — os combates, entre os islamistas e a polícia somali auxiliada por tropas da União Africana, prosseguiam ao início da noite.
“Somos os responsáveis pelo ataque suicida, pelas explosões e pela troca de tiros no interior do chamado Parlamento somali — e os combates prosseguem lá dentro”, disse à agência Reuters o porta-voz da Al-Shabab para as operações militares, Sheik Abdiasis Abu Musab.
Na altura dos ataques, decorria no Parlamento uma sessão plenária. “Os deputados e outros funcionários foram resgatados assim que o [primeiro] carro explodiu. Mas os terroristas continuam a disparar a partir de uma mesquita localizada nas proximidades”, disse o coronel Farah Hussein.
“O inimigo tem acesso a todos os lugares”, disse à Associated Press o deputado Mohamed Nor, criticando o Exército pela sua incapacidade de proteger o Parlamento.
Um porta-voz da Al-Shabab disse à AFP que o Parlamento é um alvo militar. “Este pseudo-parlamento é considerado por nós uma zona militar. Os nossos combatentes estão a realizar uma operação sagrada”.
As autoridades somalis têm lutado contra a milícia Al-Shabab, tendo conseguido expulsá-las da capital, Mogadíscio, em 2011. Ainda assim, a organização, que tem ligações à rede terrorista Al-Qaeda, continua a controlar várias zonas rurais do país e a fazer incursões constantes na capital.
Os ataques da Al-Shabab têm aumentado de frequência nos últimos tempos — em Fevereiro, o palácio presidencial foi atacado seguindo o mesmo método utilizado no ataque de ontem, com explosões de carros armadilhados e entrada de homens armados no edifício; no mesmo mês, pelo menos seis pessoas foram mortas na explosão de um carro armadilhado contra uma caravana das Nações Unidas — outro alvo preferencial da Al-Shabab — à entrada do aeroporto de Mogadíscio.
A Somália vive uma guerra interna que opõe o Exército e a milícia Al-Shabab. O país esteve duas décadas sem uma representação parlamentar contínua, desde o colapso do Governo, em 1992. O Parlamento Federal da Somália foi formado em Agosto de 2012, como parte do processo de transição no país.
No país está uma missão da União Africana (a Amisom) que é uma força de paz mas com capacidade de intervenção. Nos últimos três anos esta missão fez alguns progressos, expulsando a Al-Shabab de posições que ainda controlava em Mogadíscio e reconquistando outras grandes cidades que estavam sob o controlo da milícia, como Kismayo e Baidoa.