Junta Militar tailandesa dissolve o Senado e manda prender académicos
O coronel Werachon explicou que os cerca de 150 políticos detidos estão a ser encorajados a ““chegar a um entendimento".
Na sexta-feira, os militares tinham detido perto de 150 políticos, incluindo a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra que, explicaram fontes da Junta, deverá ficar detida uma semana — a sua prisão foi justificada como um passo necessário enquanto os “assuntos do país” são “organizados”.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
Na sexta-feira, os militares tinham detido perto de 150 políticos, incluindo a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra que, explicaram fontes da Junta, deverá ficar detida uma semana — a sua prisão foi justificada como um passo necessário enquanto os “assuntos do país” são “organizados”.
Os militares, chefiados pelo general do Exército Prayuth Chan-ocha, proibiram as manifestações — na verdade qualquer reunião com mais de cinco pessoas —, mas centenas de pessoas saíram à rua em Banguecoque, a capital do país, protestando contra o golpe. A multidão, maioritariamente apoiantes de Yingkuck, dirigiu-se para a praça do Monumento à Vitória (que celebra a vitória tailandesa sobre os franceses), onde ergueram cartazes e bandeiras com frases anti-golpe.
Seis altas patentes militares foram escolhidas para chefiar o país depois do golpe, disse o porta-voz da Junta, o coronel Werachon Sukhondhadhpatipak, explicando que os políticos ficarão detidos de forma a se ter “tempo para pensar”. Recusou dizer aos jornalistas convocados para uma conferência de imprensa onde estão os políticos — e, agora, os académicos — mas disse que estão incontactáveis pois os seus telefones foram confiscados.
O coronel Werachon explicou que os detidos estão a ser encorajados a ““chegar a um entendimento” político e que o Exército quer que “mudem de atitude”.
Na véspera do golpe militar, na quinta-feira (dois dias depois de ser decretada a lei marcial), o Exército promoveu uma reunião entre os partidos políticos tailandeses e os líderes das manifestações nas ruas, mas não houve consenso. Essa falta de entendimento foi usada para justificar o golpe.
A crise política instalou-se na Tailândia — mais uma vez — no final do ano passado com a oposição a exigir a demissão do Governo de Yingluck Shinawatra e os partidários desta a defendê-la. As manifestações nas ruas degeneraram em violência e 28 pessoas morreram, além de centenas terem ficado feridas. Apesar das detenções, a imprensa internacional citava um dos líderes do partido Pheu Thai de Yingluck (que foi deposta pelo Tribunal Constitucional no início de Maio), Charupong Ruangsuwan, que garantiu que ela “não se renderá” aos militares.