Redescobrir o Conjunto África Negra
Os melómanos no mundo ocidental têm passado os últimos anos em descoberta constante. Dos arquivos caseiros de coleccionadores, músicos ou antigos radialistas africanos, asiáticos ou latino-americanos, e das cassetes e LP vendidos em feiras em Dakar, em Lagos ou Banguecoque têm surgido pérolas atrás de pérolas de música de outras eras. Estas não são apenas causa de renovado fascínio pela música popular urbana de todas as latitudes. Permitem, muito justa e saudavelmente, alargar as fronteiras do mundo visto daqui e perceber melhor os intrincados cruzamentos e ramificações musicais em que a segunda metade do século XX foi pródiga.
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Os melómanos no mundo ocidental têm passado os últimos anos em descoberta constante. Dos arquivos caseiros de coleccionadores, músicos ou antigos radialistas africanos, asiáticos ou latino-americanos, e das cassetes e LP vendidos em feiras em Dakar, em Lagos ou Banguecoque têm surgido pérolas atrás de pérolas de música de outras eras. Estas não são apenas causa de renovado fascínio pela música popular urbana de todas as latitudes. Permitem, muito justa e saudavelmente, alargar as fronteiras do mundo visto daqui e perceber melhor os intrincados cruzamentos e ramificações musicais em que a segunda metade do século XX foi pródiga.
O são-tomense Conjunto África Negra, cuja música generosa, que integra na tradição local o requebro do soukous e a luminosidade do highlife, é adorada no seu país e presença inescapável na memória dos angolanos ou cabo-verdianos que os viram na televisão e os ouviram na rádio ou em concerto nos anos 1980, ainda não viu reeditados nenhum dos seus álbuns, gravados no início daquela década na Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe (por agora, o YouTube será a forma mais fácil de os ouvir). Mas talvez isso esteja para breve. Porque as actuações intermitentes que tem mantido nos últimos anos a banda fundada em 1974 para tocar nos fundões (bailes ao ar livre) de São Tomé e Príncipe irão tornar-se mais regulares.
Actualmente um sexteto do qual fazem parte dois fundadores, o vocalista João Seria e o guitarrista Leonildo Barros (a viver na Grande Lisboa), o Conjunto África Negra regressa em Julho a Portugal, país que visitou assiduamente na década de 1980. Dia 23 de Julho actuará no Festival de Músicas do Mundo de Sines e dia 31 estará em Lisboa para um concerto no B. Leza. A 2 de Agosto, por sua vez, cumprirão a primeira data da sua história num país europeu que não Portugal, quando subirem ao palco do Wassermusik Festival, em Berlim.