PCP admite apresentar moção de censura ao Governo
Jerónimo de Sousa assumiu a possibilidade caso os resultados das europeias demonstrem uma derrota clara da coligação.
"A censura a este Governo deve ser todos os dias, tendo em conta aquilo que fez e está a fazer, mas não podemos recusar a possibilidade de exercer um instrumento, um direito constitucional, que é a censura na própria Assembleia da República, mas vamos ver os resultados" de domingo, afirmou Jerónimo de Sousa esta quinta-feira de manhã, em Valongo, onde participou numa arruada.
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"A censura a este Governo deve ser todos os dias, tendo em conta aquilo que fez e está a fazer, mas não podemos recusar a possibilidade de exercer um instrumento, um direito constitucional, que é a censura na própria Assembleia da República, mas vamos ver os resultados" de domingo, afirmou Jerónimo de Sousa esta quinta-feira de manhã, em Valongo, onde participou numa arruada.
O líder dos comunistas salientou que, "a confirmar-se o resultado negativo para a direita, [um resultado] demonstrativo de que este Governo e os partidos que o apoiam já não corresponde, nem em termos de base social, como também em termos de base politica", o PCP tem "esse direito" de apresentar a moção.
Já num discurso que proferiu num centro comercial da cidade, onde se abrigou da chuva, Jerónimo de Sousa frisou aos apoiantes ser preciso "fazer uma leitura nacional dos resultados nesta eleição".
"Olhando para os últimos três anos de inferno, (...) o balanço que fazemos é trágico", disse, acrescentando que, se se verificar uma derrota dos partidos de direita, a CDU tem "o direito de dizer: foi o Governo que foi derrotado, devem ser convocadas novas eleições" legislativas.
Sobre a possibilidade de a CDU eleger um terceiro mandato nestas eleições europeias, Jerónimo apenas referiu que "as sondagens indicam tendências, mas não significam resultados". "Mesmo as mais simpáticas não nos descansam, porque ainda há muitos votos para conquistar", sublinhou. Para o comunista, a possibilidade de eleger mais um mandato é "um alento".
"Neste quadro, em que tudo convida a baixar os braços, em que essa coisa da União Europeia está lá distante e não é coisa boa, (...) termos esta perspectiva e estarmos a crescer tem um significado político muito importante. E a luta vai ter de continuar depois do dia 25 de Maio", sustentou.
Jerónimo destacou, no entanto, que "a melhor sondagem é a da rua", onde sente a CDU "em crescente".