O Fusing mudou a paisagem urbana da Figueira da Foz
Em 2013, vários artistas mudaram a paisagem da cidade da Figueira Foz. Este ano, de 14 a 16 de Agosto, repete-se a dose com Aitch, Saddo, Panda do Transe, Pantónio e Tamara Alves
Na primeira edição do festival Fusing Culture Experience, em 2013, vários artistas urbanos mudaram a paisagem da cidade da Figueira da Foz e, este ano, três portugueses e dois romenos prometem repetir a dose.
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Na primeira edição do festival Fusing Culture Experience, em 2013, vários artistas urbanos mudaram a paisagem da cidade da Figueira da Foz e, este ano, três portugueses e dois romenos prometem repetir a dose.
O Fusing deixou na Figueira da Foz um mural no Centro de Artes e Espectáculos, onde se destaca, qual “cartoon” gigante, um peixe cor de laranja, rodeado de vários motivos marítimos e diferentes personagens, uma instalação de azulejos na zona ribeirinha e três ilustrações em outros tantos edifícios da chamada zona turística do Bairro Novo.
“No ano passado, foi um desafio para Figueira da Foz, foi a primeira vez que artistas urbanos estiveram a intervir na cidade, inseridos no Fusing. Creio que o resultado foi altamente positivo”, disse à agência Lusa Lara Seixo Rodrigues, coordenadora de arte do festival. “São peças que ficaram para a cidade e, passado quase um ano, estão completamente intactas, o que quer dizer que a comunidade percebeu a mais-valia de ter este tipo de peças”, acrescentou.
Lara Seixo Rodrigues frisou ainda que a arte urbana que resultou da primeira edição do Fusing “tem uma leitura bastante local” e foi inspirada em situações, histórias, lendas e azulejos locais. Para a segunda edição do evento, que decorre de 14 a 16 de Agosto, a organização do Fusing convidou cinco artistas urbanos, dois romenos e três portugueses: o duo de origem romena Aitch e Saddo vai decorar um bloco de pedra colocado à entrada do molhe norte do porto da Figueira da Foz, enquanto o português Panda do Transe propõe-se instalar bonecos moldados em papel e fita-cola, de dimensões e figura idênticas ao de uma pessoa real, em locais diversos da cidade.
Se o açoriano Pantónio é conhecido pelas ilustrações onde transparecem a fluidez de movimento, já Tamara Alves foi desafiada a contar uma história utilizando e reabilitando portas e portões degradados de várias ruas da Figueira da Foz. “Acho que é importante, numa cidade, obrigar as pessoas a circular e olhar para as coisas como se fosse a primeira vez, mesmo que vivam cá há 20 ou 30 anos”, argumentou.
Uma "mais-valia"
A arte urbana do festival Fusing conta com o apoio e acompanhamento da autarquia da Figueira da Foz e o presidente da Câmara, João Ataíde, considera que a experiência tem sido “extremamente positiva”. “Conforme está demonstrado, pusemos cobro a situações de espaços que, naturalmente, podiam ser grafitados e dar um ar desagradável à cidade. Estas iniciativas são bem-vindas, nós acompanhamos, não o espaço criativo, mas a definição de espaços”, explicou o autarca. Para João Ataíde, a primeira edição do festival Fusing “foi uma bela iniciativa”. “E hoje já ninguém tem dúvidas em acarinhar o projecto”, resumiu.
Carlos Martins, um dos organizadores do festival, afirmou, por seu turno, que as paredes da cidade que foram decoradas e intervencionadas na primeira edição constituem “um resultado prático” do Fusing, a juntar ao reconhecimento público que diz existir por parte da população da cidade. “Esse é um passo para a consolidação do evento”, sustentou.
Carlos Martins lembrou que “nunca tinha sido feito” um festival que juntasse música — 23 bandas, a maioria nacionais, foram já confirmadas no cartaz deste ano — arte, gastronomia e desporto e que as pessoas “reagiram muito bem” à primeira edição “e ficaram satisfeitas” com a apresentação da segunda- “Ainda hoje nos dão sugestões, apontam coisas que acham que fazem sentido inserir no projecto. Isso também é muito importante para nós, perceber que a cidade olha para o Fusing como uma mais-valia, se interessa e se envolve, é basicamente isso que queremos”, alegou.