PSP deu parecer negativo a ecrãs gigantes em Lisboa devido ao risco
Polícia ainda aguarda uma autorização superior para utilizar um drone no policiamento dos adeptos para a final da Liga dos Campeões, no sábado.
“Demos parecer negativo à transmissão do jogo em locais públicos. Esta decisão teve em conta a avaliação do risco e da ameaça", explicou o intendente Paulo Onofre, responsável operacional pelo policiamento do evento, numa conferência de imprensa ao início da tarde.
A verdade faz-nos mais fortes
Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.
“Demos parecer negativo à transmissão do jogo em locais públicos. Esta decisão teve em conta a avaliação do risco e da ameaça", explicou o intendente Paulo Onofre, responsável operacional pelo policiamento do evento, numa conferência de imprensa ao início da tarde.
Questionado pelos jornalistas sobre os critérios que pesaram nesta decisão, e se não seria mais fácil controlar uma grande concentração de adeptos num local público do que pequenos grupos nos cafés, o responsável recusou esclarecer.
“Há circunstâncias de avaliação de risco e da ameaça que ponderámos, e que não vou esclarecer em detalhe, que indiciavam que a não transmissão do jogo criaria um ambiente mais seguro do que a transmissão”, declarou.
O jogo entre o Real Madrid e o Atlético de Madrid, marcado para sábado às 19h45 no Estádio da Luz, será transmitido pela Sport TV e pela TVI. Há muito que os bilhetes estão esgotados — no estádio só cabem 60 mil —, pelo que muitos dos adeptos esperados em Lisboa no fim-de-semana terão de procurar as televisões de cafés e restaurantes para ver a partida.
“A única informação oficial que a UEFA adiantou é que não haverá transmissão e é nesse pressuposto que estamos a trabalhar”, sublinhou o porta-voz da Direcção Nacional da PSP, subintendente Paulo Flor.
Na quarta-feira, a UEFA respondeu ao PÚBLICO que “não estão planeadas exibições públicas” do jogo nas ruas de Lisboa. Estas declarações vão de encontro ao anúncio feito há dias pelo presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, de que o jogo entre os dois clubes madrilenos iria ser transmitido em ecrãs gigantes em locais públicos. Nesta quarta-feira, fonte do gabinete de comunicação da autarquia remeteu para a UEFA declarações sobre o assunto, sem esclarecer a contradição.
Drone é incógnita
Na conferência de imprensa sobre a operação de segurança montada para o evento, a PSP disse ainda que está a aguardar uma resposta do ministério da Administração Interna (MAI) ao pedido de autorização para utilizar uma aeronave não tripulada e comandada à distância (drone) para controlar a movimentação das claques. Tal como o PÚBLICO noticiou na quarta-feira, o ministro Miguel Macedo admitiu a possibilidade de usar um dos dois drones da PSP, mas afirmou que ainda não tinha recebido uma proposta formal por parte da polícia.
"Manifestámos esse pedido ao MAI, pela mais-valia que representa num policiamento desta dimensão. Neste momento estão a ser considerados todos os pormenores da utilização pelo MAI e, se a decisão for positiva, a PSP utilizará", afirmou hoje o intendente Paulo Onofre.
À margem de uma visita à sala onde serão monitorizados os resultados das eleições europeias do próximo domingo, Miguel Macedo declarou nesta quinta-feira à tarde que pediu à PSP informações adicionais para poder avaliar o caso, argumentando que "precisa de ter mais elementos" para se pronunciar, "nos termos da lei", sobre o recurso a uma aeronave não tripulada.
O uso deste aparelho carece de uma autorização da Comissão Nacional de Protecção de Dados, que terá de analisar o pedido à luz da lei geral da protecção de dados, uma vez que Portugal ainda não regulamentou a utilização de drones. Porém, segundo Macedo, a lei permite em casos de urgência, que o ministro autorize ou não.
"No caso de autorizar a utilização, o procedimento vai todo para a CNPD e, se esta não consentir a eventual utilização dessas imagens, elas são destruídas sob fiscalização da própria CPND, procedimento que está previsto na lei e é aquilo que é seguido", acrescentou, citado pela Lusa.