Cancelamentos de última hora deixam livres vários quartos em hotéis de Lisboa

Os preços praticados pela hotelaria para a noite do jogo são quatro a cinco vezes o valor normal do preço médio anual em Lisboa.

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Este é um dos quartos do hotel que vai acolher a selecção sueca, na cidade polaca de Gdynia Foto: Peter Andrews/Reuters

“Há 10/15 dias atrás, praticamente não havia quartos disponíveis, haveria meia dúzia, na maior parte dos casos suites diferenciadoras (nupciais ou presidenciais) que estavam a ser comercializadas a 3000, 4000 ou 5000 euros. Mas houve imensos cancelamentos e, neste momento, haverá cerca de 25 hotéis que têm quatro, cinco ou seis quartos [cada um] para vender”, disse à agência Lusa o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

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“Há 10/15 dias atrás, praticamente não havia quartos disponíveis, haveria meia dúzia, na maior parte dos casos suites diferenciadoras (nupciais ou presidenciais) que estavam a ser comercializadas a 3000, 4000 ou 5000 euros. Mas houve imensos cancelamentos e, neste momento, haverá cerca de 25 hotéis que têm quatro, cinco ou seis quartos [cada um] para vender”, disse à agência Lusa o presidente da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP).

Afirmando que estes cancelamentos de última hora “são um risco da própria actividade hoteleira”, Luís Veiga apontou-os como “a face menos boa do negócio” e admitiu que “pode acontecer, no limite, que os quartos não sejam vendidos, porque, entretanto, as pessoas já arranjaram outras soluções fora de Lisboa”.

Relativamente aos preços praticados pela hotelaria para a noite do jogo, a AHP diz ser, em média, “quatro a cinco vezes o valor normal do preço médio anual em Lisboa”.

“O valor médio final por quarto nesse dia rondará os 400 a 500 euros, quatro a cinco vezes o valor normal do preço médio anual em Lisboa, que está abaixo dos 100 euros”, afirmou Luís Veiga, salientando que, “devido à visibilidade que tem, isto acaba por beneficiar” a capital, cujo preço médio por quarto, “face à relação preço/qualidade/segurança que oferece, poderia e deveria ser superior”.

Segundo destaca a AHP, o jogo de sábado “é um evento claramente exportador” cujo impacto económico, pelas contas da associação, poderá ultrapassar os 35 milhões de euros, 15 milhões dos quais directamente na hotelaria.

De acordo com a associação, são aguardados 40 mil a 50 mil espanhóis, para além de um número “marginal” de turistas de outros países.

Ainda assim, Luís Veiga admite que “o impacto é necessariamente reduzido pelo facto de o tempo de estadia em Lisboa ser muito curto”, de apenas uma noite, “em que, além do futebol, as pessoas não têm tempo para gastar muito dinheiro”.

“Tirando os turistas que vêm de outras paragens e que compraram duas/três noites para fazer o fim-de-semana, mas são em número marginal, os espanhóis vêm mesmo numa lógica de ver o jogo, pelo que está basicamente tudo focalizado na noite de 24, com uma incidência de praticamente 90%”, afirmou Luís Veiga.

Ainda assim, disse, “a experiência do turista que vem para o futebol é muito semelhante à do turista dos cruzeiros, que vem, sai, anda seis horas em Lisboa e, depois, quer vir mais tarde”.

A este propósito, o presidente da AHP notou que, pelo facto de, no domingo, se realizar o Rock in Rio Lisboa, “o dia 25 já estava com bastante procura há muito tempo e tornou-se muito difícil para quem quisesse fazer o fim-de-semana comprido arranjar alojamento no mesmo hotel para os dois dias”.

Segundo Luís Veiga, a procura de alojamento ligada ao jogo tem vindo a estender-se muito para além de Lisboa e dos arredores, nomeadamente em unidades hoteleiras do Alentejo, “que estão no trajecto Lisboa-Madrid”.

“Só temos 22 mil quartos em Lisboa e a taxa de ocupação normal é de 60% a 65%, portanto sobrariam apenas nove mil quartos para este evento. Tudo o que é fora de Lisboa, inclusivamente já no alinhamento para Badajoz e Elvas, na zona da fronteira, tem uma procura imensa”, afirmou.