Um ano depois, os mesmos protagonistas na final

Castres e Toulon vão reeditar o jogo decisivo da temporada passada no Top 14 depois de terem vencido, em Lille, o Montpellier e o Racing, respectivamente

RC Toulon-Racing Metro, 16-6

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RC Toulon-Racing Metro, 16-6

Na primeira meia-final, o RC Toulon enfrentou o Racing Metro, no que se antecipava ser um jogo muito físico e com um grande duelo de chutadores. De um lado Wilkinson iria fazer tudo para terminar a carreira na final da prova, do outro Sexton pretendia levar o seu Racing a uma final inédita do Top 14. Logo no primeiro quarto de hora, Hernandez recebeu um “up and under” perfeitamente doseado por Wilkinson, à entrada da área de 22 metros adversária, e após grande pressão de Armitage e Habana, a bola perdeu-se num “ruck” e o ponta sul-africano pontapeou a oval para entrar num duelo de velocistas com Imhoff. A jogada terminaria em confusão, com Imhoff a fazer falta sobre Habana, mas Giteau, com toda a experiência, aproveitou a bola perdida para marcar o primeiro ensaio. A partir desse momento o jogo manteve um nível físico alto, com Bastareau a ser punido com um cartão amarelo por um “spear tackle” ao terceira-linha Cronje. Ao intervalo, e mesmo sem marcar nenhum ponto em superioridade numérica, o Racing estava só a um ponto do Toulon (7-6). Na segunda parte, o jogo manteve-se duro e surgiram algumas faltas que permitiram ao Toulon destacar-se, com Wilkinson a marcar duas penalidades e um “drop”. Embora sem grande brilho, o Toulon garantiu a vitória, por 16-6, e qualificou-se para a sua terceira final consecutiva do Top 14 e, tal como no ano passado, voltar a ter a hipótese de fazer uma incrível dobradinha: Top 14 e Heineken Cup.

Montpellier-Castres, 19-22

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Na outra meia-final, o Castres defrontou a surpreendente equipa do Montpellier. O jogo começou em “grande”, com Rene Ranger a receber um cartão amarelo logo no pontapé de saída da partida, e o ponta do Castres Remy Grosso a ter a mesma sorte aos 10 minutos de jogo, ambos por placar um adversário no ar. A partir dai, as duas equipas souberam apostar nas suas forças. O Castres, imperial nas fases estáticas, forçava penalidades e marcou um ensaio numa saída de “8” de Antoine Claasens, a seguir a uma melêe nos cinco metros do Montpellier. Do outro lado, o adversário respondia com frieza, com François Trinh-duc em evidência ao conseguir um “drop” e a fazer jogar a sua linha de três-quartos que construiria um grande ensaio em perfuração de Ranger. Na segunda parte o jogo fechou-se mais e o Montpellier conseguiu recuperar o atraso de três pontos ao intervalo, empatando a 19 pontos no final dos 80 minutos. O jogo foi então para o prolongamento e foi nesse período que se assistiu a um momento surpreendente a um nível profissional. Com as duas equipas a tentar guardar a posse de bola e não ceder faltas, o centro fijiano suplente do Castres Seremaia Bai marcou um “drop” oportunista enquanto se ouvia a sirene de fim da primeira parte. De volta do intervalo, o Montpellier deu tudo o que tinha, e mesmo no final, conquistou uma penalidade ao alcance de Trinh-Duc. E foi ai que aconteceu o inesperado. A equipa de Galthié decidiu não tentar a penalidade e preferiu chutar para fora e jogar a “touche”, considerando que se empatasse o jogo, o Castres ganharia na mesma. Infelizmente para o Montpellier, a jogada não resultou em nada e o Castres acabaria por vencer. Entrevistado no final do jogo, Fabien Galthié, treinador do Montpellier, afirmou que achava que a noção de igualdade perfeita só era válida durante o tempo regular e que, nesse período, se o jogo terminasse empatado, o Castres ganharia porque tinha mais uma penalidade (no regulamento do Top 14, a ordem de desempate é: número de ensaios, número de penalidades e finalmente numero de pontapés de ressalto). Galthié acrescentou que chegou a perguntar o árbitro se o jogo seria decidido por “pénaltis” se a penalidade fosse concretizada, mas que o juiz da partida respondeu que não tinha a certeza. Foi, portanto, um final surreal que acabou por sorrir ao Castres, que vai agora reeditar com o RC Toulon a final do ano passado. Não deixa de ser curioso que um râguebi tão profissional como o francês possa ter falhas a este nível, precisamente no mesmo dia em que o CDUP ganhou ao CRAV na Divisão de Honra, por ter mais um "drop" num jogo que terminou empatado.