Estado mental de Oscar Pistorius está a ser avaliado por psiquiatras
Atleta pode sofrer de ansiedade profunda e não ser responsabilizado pelo assassínio da namorada.
A juíza Thokozile Masipa determinou que Pistorius irá realizar os testes num hospital psiquiátrico de Pretória em regime de ambulatório e não como internado, como a sua defesa chegou a propor.
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A juíza Thokozile Masipa determinou que Pistorius irá realizar os testes num hospital psiquiátrico de Pretória em regime de ambulatório e não como internado, como a sua defesa chegou a propor.
A decisão de proceder a esta avaliação foi tomada depois de as testemunhas de defesa terem dito que o atleta olímpico e paralímpico (não tem as duas pernas) sofre de ansiedade profunda. Pistorius disse no julgamento que não matou intencionalmente a namorada, Reeva Steenkamp, e que o crime ocorreu devido ao seu terror em ser agredido por um assaltante.
Steenkamp foi morta a tiro no dia 14 de Fevereiro de 2013 quando o atleta disparou sobre ela, através da porta da sala de banho da casa que partilhavam, alegando que a confundiu com um intruso.
A acusação considerou que os testes se tornaram necessários depois de a psiquiatra forense Merryll Vorster ter dito no tribunal que Oscar Pistorius é "um perigo para a sociedade". A defesa tentou evitar esta avaliação, mas na segunda-feira a juíza decidiu ir para a frente com ela - já na quarta-feira Thokozile Masipa tinha deixado uma pista, quando disse que se fosse essa a sua opção quatro psiquiatras nomeados pelo tribunal iriam "avaliar se o acusado, por razões de doença ou perturbação mental na altura do crime, é reponsável por aquilo de que é acusado". A equipa médica vai também decidir se Pistorius "tinha [na altura do crime] capacidade para perceber o erro do seu acto".
Na semana passada, quando a questão da avaliação foi levantada, a juíza disse que a lei determina que se existe a possibilidade de um acusado poder ter uma perturbação que o torne não responsável pelos seus actos deve ser avaliado.
A ansiedade profunda (GAD na sigla inglesa) é uma doença reconhecida e é um estado muito diferente da simples ansiedade ou nervosismo. As pessoas que têm esta desordem sentem-se ansiosas todos os dias e têm medo de situações muito genéricas e não apenas de uma coisa concreta. Uma em cada 25 pessoas passa por este estado a dada altura da sua vida e a doença é mais comum entre as mulheres do que os homens, explica a BBC.