Macau ganhou “estabilidade e crescimento económico” com o princípio “um país dois sistemas”

Fernando Chui Sai On, líder do governo de Macau, ofereceu banquete a Cavaco Silva e afirmou que Macau está a funcionar como porta de entrada de empresas portuguesas na Ásia.

Foto
Em 2010, Cavaco recebeu Fernando Chui Sai On em Belém AFP/Patrícia de Melo Moreira

“A riqueza do relacionamento” entre Macau e Portugal “encontra, igualmente, expressão na sua vertente económica”, salientou o chefe do executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Fernando Chui Sai On, durante o banquete oferecido em honra do Presidente português.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“A riqueza do relacionamento” entre Macau e Portugal “encontra, igualmente, expressão na sua vertente económica”, salientou o chefe do executivo da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), Fernando Chui Sai On, durante o banquete oferecido em honra do Presidente português.

Os dois comprimentaram-se como bons amigos, um sinal do reconhecimento do papel desempenhado por Cavaco Silva, enquanto primeiro-ministro, na preparação do processo de transferência da soberania portuguesa de Macau para a China. O que não impediu Chui Sai On de salientar que, “desde o regresso de Macau à pátria", contando com o "forte apoio” do governo de Pequim, a região tem vindo a adoptar “plenamente” e “como prioridade o desenvolvimento da economia e o melhoramento da vida da população, empenhando-se, igualmente, em transformar Macau num centro mundial de turismo e de lazer e numa plataforma de serviços económicos e comerciais entre a China e os países de língua portuguesa.”

Chui Sai On referiu ainda que, "desde 2000, o valor das trocas comerciais tem vindo a crescer e muitas empresas portuguesas reconhecem que, através de Macau, podem desenvolver os seus negócios não apenas na China, mas também noutras partes da Asia".

Para este governante, o antigo território sob administração portuguesa alcançou “uma estabilidade social e crescimento económico” como resultado da implementação do princípio “um país dois sistemas”, com “Macau governado pelas suas gentes” a beneficiar de um elevado “grau de autonomia”.

Já Cavaco Silva optou por considerar “uma honra” regressar a Macau, onde esteve pela última vez, já como ex-primeiro-ministro, em 1999 [data da transferência da soberania da Região Administrativa Especial de Macau para a China]. Esta é uma visita que lhe “desperta emoção", mas “sem qualquer nostalgia do passado” e que está a realizar para “reafirmar inequivocamente que, para Portugal, a ligação à China e a este território é uma prioridade”. O Presidente da República sublinhou o “sucesso” económico registado por Macau nos últimos anos e procurou sensibilizar as autoridades macaenses para o valor económico internacional da língua portuguesa, partilhada por mais de 200 milhões de pessoas em oito países.

Horas antes, na sede do governo da RAEM, um edifício de traça portuguesa, Chui Sai On garantiu, durante um encontro com Cavaco Silva, que o ensino da língua portuguesa é uma aposta cada vez mais forte e que Macau é uma plataforma de maior importência para as relações entre Portugal e a China, mas também com os países de expressão oficial portuguesa.